Ocorre que as pessoas possuem diferentes tipos de
inteligĂȘncia diferindo, umas das outras, em alguns pontos focais e, pela
maior ou menor capacidade de elaborar o futuro em uma função que aqui
chamamos de “experimentação antecipada”. Quando uma pessoa, com grande
capacidade de criar, em sua mente, um cenĂĄrio repleto de detalhes,
elabora um resultado futuro ela pode vivenciar este momento como se
fosse real e, desta forma, nĂŁo necessitar do resultado prĂĄtico material
em sua vida.
A princĂpio isso Ă© uma boa coisa, mas tambĂ©m guarda
algumas desvantagens. Quando diante de um projeto a ser executado este
perfil de pessoa pode criar o cenĂĄrio em sua mente, fazer uma
experimentação antecipada e, tendo sido (ou nĂŁo) uma boa vivĂȘncia, pode,
simplesmente, desistir do empenho por jĂĄ estar satisfeito com o
resultado obtido com sua prospecção.
Isso difere das pessoas que jĂĄ nĂŁo possuem esta
capacidade de construĂrem sensaçÔes tĂŁo perfeitas em sua mente quando
imaginam um futuro. Elas tĂȘm de criar no mundo real para terem uma
percepção do fato concreto. Assim, pode-se ter uma produção menor de um
dito bem dotado de capacidade intelectiva do que de alguém com uma menor
capacidade criativa. Resumindo, Ă© possĂvel que um erudito crie em sua
mente e se satisfaça com isto. Dessa forma, grandes possibilidades ficam
apenas existindo dentro da caixa craniana dele.
Por isso, podemos perceber algumas pessoas com poucos
dotes intelectivos com resultados fantĂĄsticos no mundo material. Como
dispĂ”e de menor capacidade de experimentação antecipada, esse indivĂduo
vai realizando as coisas sem pensar muito nos resultados futuros. De
quando em vez a sequĂȘncia de atos acaba dando um excelente resultado, Ă©
quando encontramos alguĂ©m, sem grandes saberes acadĂȘmicos, bem sucedido
em seus empreendimentos e, em contrapartida, podemos encontrar famosos
intelectuais que nĂŁo saem da mesa do bar com suas ideias fantĂĄsticas.
Por favor, não comece com aferiçÔes e preconceitos
fazendo comparaçÔes com pessoas que vocĂȘ convive ou consigo prĂłprio.
Lembre-se que isso é apenas um texto para reflexão: até que ponto
deixamos de fazer as coisas por jĂĄ estarmos satisfeitos com o gozo
mental?
Assim o mundo Ă© movido por pessoas inscientes que, sem
muito prospectar, vão construindo o que primeiro passa pela cabeça, sem
elaborados constructos imateriais. Trocando em miĂșdos: Ă s vezes pensar
demais atrapalha a produção.
Por: JoĂŁo Oliveira Ă© psicĂłlogo (CRP 05-32031) e professor universitĂĄrio com mestrado em Cognição e Linguagem pela UENF-RJ, tambĂ©m tem formação em Publicidade e Ă© diretor de Cursos do ISEC – Instituto de Psicologia Ser e Crescer com sede no Rio de Janeiro. – E-mail para correspondĂȘncia: oliveirapsi@gmail.com . Autor do Livro: “Saiba Quem EstĂĄ ĂĄ Sua Frente” pela WAK-Editora.
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