Capacidade: inteligĂȘncia e atitude

Existe uma função em nossa mente conhecida como prospecção. Trata-se da capacidade de nos deslocarmos, em nossa mente, ao futuro usando a imaginação para projetarmos como serĂĄ o resultado de alguma ação que estamos praticando no momento presente. Nada complicado, fazemos isso a todo instante, atĂ© mesmo para atravessar uma rua Ă© necessĂĄrio fazermos uma prospecção – rĂĄpida – para calcular o tempo de travessia e evitar um atropelamento.                           Por: JoĂŁo Oliveira

Ocorre que as pessoas possuem diferentes tipos de inteligĂȘncia diferindo, umas das outras, em alguns pontos focais e, pela maior ou menor capacidade de elaborar o futuro em uma função que aqui chamamos de “experimentação antecipada”. Quando uma pessoa, com grande capacidade de criar, em sua mente, um cenĂĄrio repleto de detalhes, elabora um resultado futuro ela pode vivenciar este momento como se fosse real e, desta forma, nĂŁo necessitar do resultado prĂĄtico material em sua vida.


A princĂ­pio isso Ă© uma boa coisa, mas tambĂ©m guarda algumas desvantagens. Quando diante de um projeto a ser executado este perfil de pessoa pode criar o cenĂĄrio em sua mente, fazer uma experimentação antecipada e, tendo sido (ou nĂŁo) uma boa vivĂȘncia, pode, simplesmente, desistir do empenho por jĂĄ estar satisfeito com o resultado obtido com sua prospecção.

Isso difere das pessoas que jĂĄ nĂŁo possuem esta capacidade de construĂ­rem sensaçÔes tĂŁo perfeitas em sua mente quando imaginam um futuro. Elas tĂȘm de criar no mundo real para terem uma percepção do fato concreto. Assim, pode-se ter uma produção menor de um dito bem dotado de capacidade intelectiva do que de alguĂ©m com uma menor capacidade criativa. Resumindo, Ă© possĂ­vel que um erudito crie em sua mente e se satisfaça com isto. Dessa forma, grandes possibilidades ficam apenas existindo dentro da caixa craniana dele.

Por isso, podemos perceber algumas pessoas com poucos dotes intelectivos com resultados fantĂĄsticos no mundo material. Como dispĂ”e de menor capacidade de experimentação antecipada, esse indivĂ­duo vai realizando as coisas sem pensar muito nos resultados futuros. De quando em vez a sequĂȘncia de atos acaba dando um excelente resultado, Ă© quando encontramos alguĂ©m, sem grandes saberes acadĂȘmicos, bem sucedido em seus empreendimentos e, em contrapartida, podemos encontrar famosos intelectuais que nĂŁo saem da mesa do bar com suas ideias fantĂĄsticas.

Por favor, nĂŁo comece com aferiçÔes e preconceitos fazendo comparaçÔes com pessoas que vocĂȘ convive ou consigo prĂłprio. Lembre-se que isso Ă© apenas um texto para reflexĂŁo: atĂ© que ponto deixamos de fazer as coisas por jĂĄ estarmos satisfeitos com o gozo mental?

Assim o mundo Ă© movido por pessoas inscientes que, sem muito prospectar, vĂŁo construindo o que primeiro passa pela cabeça, sem elaborados constructos imateriais. Trocando em miĂșdos: Ă s vezes pensar demais atrapalha a produção.

Por: JoĂŁo Oliveira Ă© psicĂłlogo (CRP 05-32031) e professor universitĂĄrio com mestrado em Cognição e Linguagem pela UENF-RJ, tambĂ©m tem formação em Publicidade e Ă© diretor de Cursos do ISEC – Instituto de Psicologia Ser e Crescer com sede no Rio de Janeiro. – E-mail para correspondĂȘncia: oliveirapsi@gmail.com . Autor do Livro: “Saiba Quem EstĂĄ ĂĄ Sua Frente” pela WAK-Editora.

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