“Motivo de impeachment”, diz Nobel de Economia sobre Trump taxar Brasil

O economista Paul Krugman chamou a ação de Trump de “maligna e megalomaníaca”. Segundo ele, tarifas anunciadas têm “fins políticos”

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O economista americano e vencedor do Nobel de Economia Paul Krugman criticou as tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre exportações brasileiras. Em texto publicado na noite dessa quarta-feira (9/7), intitulado “Programa de Proteção a Ditadores de Trump”, ele afima que a ação do presidente dos Estados Unidos tem “fins políticos” e seria “motivo suficiente” para o impeachment.

“Repare que Trump mal finge ter uma justificativa econômica para essa ação. Tudo isso tem a ver com punir o Brasil por colocar Jair Bolsonaro em julgamento”, diz. “Não seria a primeira vez que os Estados Unidos usam a política tarifária para fins políticos”, disse ele no texto.

De acordo com o economista, a tarifação também é “maligna e megalomaníaca”. “Por que digo que é megalomaníaco? O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes. Veja para onde vão suas exportações: as exportações para os EUA representam menos de 2% do PIB brasileiro. Trump realmente imagina que pode usar tarifas para intimidar uma nação enorme — que nem sequer depende muito do mercado americano — a abandonar a democracia?”, questionou.

Krugman defende ainda que a taxação seria “motivo suficiente” para o impeachment de Trump. “Estamos vendo mais um passo terrível na espiral de decadência do nosso país”.

Tarifa de 50%

Em carta enviada nessa quarta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo dos Estados Unidos notificou o país sobre a imposição de uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.

No documento, ao justificar a elevação da tarifa sobre o Brasil, Trump citou Jair Bolsonaro e disse ser “uma vergonha internacional” o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em resposta, o presidente Lula afirmou que o Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém e que a elevação unilateral de tarifas sobre exportações brasileiras anunciada por Donald Trump será respondida com base na Lei da Reciprocidade Econômica.

A legislação visa dar suporte ao governo brasileiro para que haja reação a pressões externas que possam influenciar políticas internas ou criar desvantagens comerciais consideradas injustas, sendo uma forma de proteger a economia nacional.

Nova taxação

A nova taxa deve entrar em vigor em 1º de agosto. No documento usado por Trump para anunciar a medida, o republicano afirmou, sem provas, que a decisão de aumentar a taxa foi tomada “em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.

Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás somente da China. Em 2024, as exportações brasileiras para o mercado norte-americano atingiram US$ 40,3 bilhões, já as importações de produtos dos Estados Unidos foram de US$ 40,6 bilhões. O resultado demonstra um déficit para o Brasil no comércio entre os dois países.

Em carta enviada a Lula, Trump alega que há uma “longa e muito injusta relação comercial engendrada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil”. O petista responde que é inverídica a informação sobre a relação comercial entre os dois países.

“É falsa a informação, no caso da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, sobre o alegado déficit norte-americano. As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos”, destacou o chefe do Palácio do Planalto.

Metrópole 

 

 

 

 

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