Comodismo: é uma doença imensurável

Uma das doenças psicológicas mais cruéis da vida de um pessoa é o comodismo. Ele é como um câncer que dilacera os sonhos, mata a motivação, corrói a auto-estima e a fé em nosso poder interior. Ele mina nossa vontade de lutar.    Por: júlio Verdi

Se entregar a ele é aceitar a derrota. É pular no abismo da singularidade, da falta de esperança. Aceitar um situação por falta de coragem de lutar é aceitar que você não é nada no mundo. Está aqui apenas pra fazer o que os outros determinam pra você.

Se acomodar por achar difícil mudar ou buscar aquilo que acha tão difícil é assinar sua sentença de morte emocional.

“Deixa tudo como está”, “é meu destino”, “isso não é pra mim”, “Deus não quis”, “tá bom assim”, “vou levando, fazer o quê?”, “pra que arriscar, deixa assim mesmo”………….São desculpas pra não falar pra si mesmo: “sou um fraco, não tenho coragem de buscar o que quero pra mim”, “aceito essa situação e vou viver infeliz porque tenho medo de arriscar”.


É muito triste esse homicídio psicológico. Aceitar viver a mercê das condições, levar aonde o vento te leva, ir empurrando com a barriga, é aceitar que sua vida, de agora até a hora que você for sepultado, será rica em ressentimentos, arrependimentos, rancores.

O velho sentado em sua varanda, esperando a morte, olhando pra trás e dizendo: “que merda de vida foi a minha, deixei o bonde da felicidade passar e não fui atrás. Os anos passaram por mim e minha alegria ficou em alguma esquina qualquer da vida e não tive coragem de correr pra ela. As rugas marcam meu corpo, as dores, a perda do sentidos, todos os desgastes físicos não são tão corrosivos e doloridos quanto a dor da alma, de ter deixado de viver intensamente meus sonhos, de ter desistido de lutar, de me matar pelo que quero, de fazer de tudo pra ter o que sempre sonhei. Desculpe vida, não soube cuidar de você. Que acabe tudo de vez logo, assim as memórias e o arrependimentos serão dizimados, assim como minha carne e meus ossos.”.
Quem sabe as próximas gerações tenham em mente que somos senhores de nossa vida, de nosso destino. Que podemos controlar a vida e não deixar que ela nos controle.
Assim essa doença horrível talvez seja erradicada do mundo.

Por: Julio Verdi é blogueiro e escritor underground, como ele mesmo se descreve. Blog http://www.julio-verdi.blogspot.com.br

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