P.O.R massas
Os trabalhadores e a juventude
brasileiros são conhecidos por gostar de futebol. Com a Copa, os governos
procuram atrair a população para as festividades. Procuram criar um sentimento
de patriotismo. Procuram uma união nacional como se todos os brasileiros fossem
iguais. É como se desparecessem as fronteiras entre os ricos e os pobres. Entre
as favelas e as mansões. Esse é sentido da utilização dos esportes pela
burguesia e seus governos.
Desta vez, o gigantesco movimento de
junho levantou a bandeira nas ruas de defesa da vida dos explorados e contra os
desperdícios de recursos públicos. Os manifestantes expressaram o
descontentamento dos pobres e oprimidos contra a precariedade da saúde, da
educação, da falta de moradia e da elevação do custo de vida. Rechaçar a Copa
milionária dos ricos foi a forma que a juventude oprimida e camadas da
população encontraram para condenar a política social dos governos e exigir
melhorias em suas condições de existência.
O governo gasta bilhões de reais em
obras faraônicas para atender às exigências da FIFA e dos turistas. Enquanto as
empreiteiras são beneficiadas com os tais dos aditivos de contratos, envolvendo
bilhões de reais, os operários são massacrados com terríveis condições de
trabalho. As construções dos estádios foram regadas a sangue e suor dos
trabalhadores. As greves nas obras da Copa retrataram a situação de opressão.
Os protestos dos moradores que tiveram suas casas desapropriadas para as obras
expuseram a violência do Estado, em favor dos interesses econômicos dos
exploradores.
O governo preparou a mais violenta
repressão para conter as manifestações que inviabilizem a festa dos ricos. O
PLS 728, em andamento no Senado, é uma lei de exceção que corresponde a uma
situação de “segurança nacional” contra as massas em luta. O governo de Dilma
está disposto a assegurar a qualquer custo o êxito da Copa. A lei antigreve é
reforçada. Cria-se uma legislação para o que se denomina “crime de terrorismo”.
Desde
o início deste ano, organizam-se protestos. Foram brutalmente reprimidos pela
polícia. Os tiros a queima-roupa da PM em São Paulo contra o manifestante
Fabricio e os espancamentos mostram a orientação governamental de conter a
qualquer preço um novo levante como o de junho.
O
movimento ganhou o nome de “Não vai ter Copa”. O que causou ira na burguesia e
nos seus meios de comunicação. Os interesses econômicos e políticos de seus
planejadores e de seus executores vão além das fronteiras brasileiras. A FIFA –
controlada por um bando de mafiosos – aguarda bilhões de dólares. Dizer que não
vai ter Copa é desafiar o poder econômico. Embora a bandeira seja
propagandística, mostrou à população que se deve rejeitar as megalomanias
burguesas às custas da exploração do trabalho.
O
problema está em organizar um movimento que levante as bandeiras dos
explorados. É preciso afastar os interesses eleitorais. É sabido que a oposição
conta com o desgaste político de Dilma Rousseff. Não faltam vozes à direita
contra o chamado mau planejamento e gastos excessivos com a Copa. Mas também é
sabido que o êxito das festividades esportivas servirá eleitoralmente ao
governo do PT. Os explorados devem rechaçar ambos interesses e não serem
arrastados pelas disputas interburguesas. Assim, o movimento tem de levantar a
bandeira “Abaixo a Copa milionária dos capitalistas e de seus governos”.
E erguer bem alto as reivindicações que unificam a classe operária, os
camponeses pobres, a classe média arruinada e a juventude oprimida. É preciso
dar um caráter classista e independente ao movimento contra a Copa.
Será
levantando as reivindicações concretas das massas que organizaremos o movimento
contra a Copa com a democracia operária: fortalecer as assembleias de base e
constituir um comando geral de mobilização que expresse as discussões e
decisões das bases nas manifestações de rua.
A luta contra a Copa dos capitalistas e
de seus governos tem de empunhar um plano de reivindicações, defendido com o
método da ação direta e unidade dos explorados na luta.
Trabalhadores e juventude
oprimida, o POR se empenha em organizar o movimento “Não vai ter Copa”,
defendendo um caráter classista e as suas reivindicações:
- Por um salário Mínimo Vital (em
nossos cálculos, pelo menos 4 mil reais), reajustado automaticamente de acordo
com a inflação (escala móvel de reajuste);
- Pela garantia de emprego a todos!
Estabilidade no emprego, divisão das horas nacionais de trabalho entre todos os
aptos ao trabalho, sem redução salarial (escala móvel de horas de trabalho).
Fim das terceirizações e toda forma de precarização do trabalho;
- Pela garantia de moradia! Casas para
os que necessitam. Fim dos despejos. Fim da violência policial contra os
ocupantes;
- Pela saúde pública e gratuita a
todos. Expropriação e estatização da rede privada e controle operário. Por um
sistema de saúde único, estatal e gratuito, sob o controle operário;
- Pela educação pública e gratuita a
todos em todos os níveis. Estatização de toda rede privada. Por um sistema
único, público e gratuito, sob o controle de quem estuda e trabalha;
- Atendimento imediato das
reivindicações dos camponeses pobres e das populações indígenas;
- Fim das chacinas policiais contra
pobres e negros. Desmantelamento da polícia militar e constituição de uma
milícia popular, controlada pelos explorados.
Trabalhadores e juventude oprimida,
ganhemos as ruas. Empunhemos as reivindicações que defendam nossas vidas. E
conquistemos a soberania dos explorados com os métodos de luta da classe
operária.
P.O.R massas: Partido do Operário Revolucionário
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