Prefeito interino de Mossoró Francisco José Júnior presta esclarecimento sobre sua administração e faz revelação bombástica

        

A entrevista é concedida na casa de praia da ex-prefeita de Mossoró, Fafá Rosado, em Tibau


Em apenas uma licitação realizada pela gestão Francisco José Jùnior, PSD, a Prefeitura Municipal de Mossoró economizou R$ 600 mil, em relação ao que vinha sendo gasto pela administração da prefeita cassada e afastada, Cláudia Regina, DEM. A revelação foi feita neste domingo, 2, pelo prefeito Francisco José Júnior, em entrevista concedida na casa de praia da ex-prefeita de Mossoró, Fafá Rosado, em Tibau. Na conversa com este blog, com o Portal Difusora e com os jornalistas Thurbay Rodrigues, Pedro Carlos e Gutemberg Moura, o prefeito falou sobre questão administrativas e políticas. Sobre administração, antecipou que nesta quinta-feira, 5, deverá assinar contrato com a Uern, para realização de auditoria na folha de pessoal da Prefeitura de Mossoró, com o que espera passar a economizar em torno de R$ 500 mil ao final do processo. A respeito de política, o prefeito afirma que tudo está entregue nas mãos do TRE e do TSE e que só irá pensar sobre o assunto quando chegar o prazo das convenções partidárias. Confira a entrevista:
Carlos Skarlack – Prefeito de Mossoró, Francisco José Júnior, como foi o trabalho para colocar em funcionamento a UPA do Bairro Belo Horizonte e qual tem sido a receptividade da popular, pelo que o senhor tem acompanhado?

Francisco José Júnior – A receptividade está sendo muito boa. A aceitação da população, os primeiros atendimentos, para se ter uma ideia, no dia abertura, até 1h da manhã muita gente ainda estava indo na UPA para ver se estava funcionando. Está tendo uma média de 100 atendimentos por dia. A UPA do bairro Belo Horizonte é uma unidade diferenciada, regionalizada, onde a equipe de médicas é comandada por uma empresa que garante a qualidade no atendimento 24 horas por dia. Acredito que foi um grande benefício para a população e não só para as famílias do Belo Horizonte e das que moram ali em redor, mas de toda a cidade de Mossoró pois vai desafogar o atendimento no Hospital Tarcísio Maia e nas outras Unidades de Pronto Atendimento, também.
Pedro Carlos – O que estava faltando para a UPA funcionar?
Francisco José Júnior – Olhe, a UPA faltava ainda alguns ajustes finais como uma caixa d´água, parte de cabeamento elétrico, algumas partes do sistema de ar condicionada e a Cosern precisava mudar de monofásica para trifásica. E conseguimos em tempo hábil superar todas essas barreiras, valorizando o servidores de carreira do município, pois fizemos um processo seletivo interno e hoje contamos com enfermeiros e técnicos de enfermagem e a UPA está funcionando com um serviço satisfatório. A Secretaria de Saúde montou uma logística que ninguém irá esperar mais de 15 minutos por um atendimento, mesmo quando a unidade estiver atendendo à um número entre 600 a 800 pessoas por dia.
Gutemberg Moura – Diante de eventuais dificuldades a Prefeitura de Mossoró está preparada para continuar fazendo a unidade funcionando bem?
Francisco José Júnior – Com certeza, sim. Eu disse que não nossa gestão saúde seria prioridade. E está sendo prioridade. Para que vocês tenham noção de como estamos priorizando a saúde, nós cortamos dinheiro de carro alugado e noutros setores. E só numa licitação que nós fizemos em medicamentos nós conseguimos economizar R$ 600 mil reais. Sem falar noutras, como nós já citamos, uma para compra de insulina em que conseguimos uma redução de 40%. Então, estamos mais vigilantes com essas questões dos plantões, das horas extras, e com isso conseguimos esses recursos, não só para colocar para funcionar a UPA do Belo Horizonte, assim como, agora fizemos um processo seletivo para 31 médicos o que vai garantir profissionais médicos nas Unidades Básicas de Saúde e mais 11 equipes do PSF. Então, teremos, em pouco espaço de tempo, uma saúde de qualidade no município de Mossoró, pois é inadmissível nós gastarmos quase 30% do orçamento do município com a saúde e a saúde deixando a desejar. Por lei teríamos que gastar 15% do orçamento com saúde, mas o município gasta 29%. Então, estamos ajustando para que se tenha uma saúde de qualidade. A saúde será sempre o carro chefe da nossa gestão.
Pedro Carlos – Faltavam medidas pontuais para que a UPA do Belo Horizonte fosse aberta. Então, podemos entender que faltava algo mais…
Francisco José Júnior – Olha, a gente tem que reconhecer o trabalho de Fafá Rosado, quando estava sentada na cadeira de prefeita de Mossoró. Quando construiu essa obra, mostrou a sua intensão com essa obra brilhante. Até porque acredito que Mossoró é a única cidade do Brasil, com cerca de 300 mil habitantes que tem três Unidades de Pronto Atendimento. Então, foi aberta essa UPA, e ela estava há um ano e três meses fechada e a Prefeitura Municipal de Mossoró, em nossa gestão, entendeu que era extremamente importante e necessário o funcionamento da UPA. E hoje é uma realidade e estamos muito felizes com o funcionamento.
Thurbay Rodrigues – Prefeito, pelo que o senhor falou o grande desafio da UPA não seria apenas a construção do prédio, mas, igualmente, a manutenção do funcionamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Pelo que o senhor está dizendo a geração desses recursos necessários para a abertura foram gerados por cortes de despesas consideradas desnecessárias por sua gestão. A receita para abertura da UPA é oriunda desses cortes?
Francisco José Júnior – Com certeza. Quando a gente prioriza uma área, tem que fazer cortes em outras. E, aí, temos tido muito zelo com o dinheiro público. E aqui quero anunciar em primeira mão, que estaremos assinando até esta quinta-feira, com a UERN, a auditoria da folha de pagamento. Se levarmos em conta que existe uma média nacional, de redução de 2 a 3% na folha de pagamento quando se realiza uma auditoria dessas, e se fizermos um cálculo rápido, de que hoje a nossa folha de pagamento chega aos R$ 20 milhões, isso dará uma economia de meio milhão por mês. A questão da UPA era colocar para funcionar, pois funcionando, nós já temos garantidos os recursos do Governo Federal, na ordem de R$ 500 mil, e do Governo do Estado, por ser uma UPA regionalizada, recursos da ordem de R$ 250 mil. Como o custo da UPA beira os R$ 700 mil e R$ 770 mil então teremos esses recursos. Mas, para esses recursos chegarem, a UPA teria que estar funcionando. Então, esse foi nosso trabalho, com a Secretaria de Saúde, servidores, técnicos, enfermeiros, médicos e demais secretarias. A manutenção desse primeiro mês nós iremos bancar, pois fizemos economia para poder conseguir o funcionamento. E a partir daí teremos recursos do Governo Federal e Governo do Estado.
Carlos Skarlack – Como senhor tem acompanhando a situação jurídica e política do município de Mossoró, com o TRE tendo marcado eleições suplementares para o dia 4 de maio, mas, havendo a possibilidade de o TSE suspender o pleito, como ocorreu em Carnaubais?
Francisco José Júnior – Desde quando assumi a cadeira de prefeito, inclusive, eu nem esperava assumir a Prefeitura Municipal de Mossoró. O que aconteceu eu não fui culpado, não quis tomar cadeira de ninguém, pois, sou amigo e aliado da prefeita que está afastada, Cláudia (Regina), mas, assumi cumprindo meu papel constitucional. Digo sempre que toda autoridade é constituída por Deus. Então, desde que assumi venho trabalhando, independente, se vai ter eleições ou se vou estar no cargo de prefeito amanhã, ou não. Todas as minhas decisões foram tomadas, planejadas e aprovadas pelo Conselho Econômico. Em nenhum momento tenho procurado tirar proveito da cadeira de prefeito que estou ocupando, pois, entendo que estou prefeito. E essas questões sobre eleições, se vai ter ou não vai ter eleições eu não estou preocupado com isso. Espero que se resolva isso da melhor forma possível. Já é a segunda vez que se marca eleições suplementares em Mossoró, a primeira foi cancelada e a segunda estamos esperando. No período de convenções iremos sentar com o nosso partido e com os partidos aliados; vamos analisar se iremos enfrentar essa campanha ou não. Mas, no momento, tenho me comportado como prefeito e não como candidato, pois não sou candidato. O que tenho que fazer é assegurar o funcionamento da Prefeitura e todos sabem que gerir uma Prefeitura como a de Mossoró tendo recursos em caixa já é difícil. Agora, imagine uma Prefeitura com R$ 47 milhões em dívidas. Então, tenho que me concentrar em colocar a Prefeitura de Mossoró nos trilhos; em garantir os serviços essenciais e não ficar me preocupando com política e com eleições. Vamos deixar que o TSE e o TRE decidam e aí iremos nos pronunciar no momento certo.
Pedro Carlos – O senhor diz que é aliado da ex-prefeita Cláudia Regina, mas, temos observado que existe um movimento, dentro do próprio grupo da prefeita afastada, com relação ao seu nome e sua gestão. Como o senhor tem recebido certas críticas que partem do grupo da prefeita afastada?
Francisco José Júnior – A gente lamenta. As vezes até nos entristecemos, pois, na nossa administração como vereador e presidente da Câmara Municipal, sempre fui um amigo, um soldado fiel, leal; sempre ajudei a administração (de Cláudia Regina). E agora o que estou fazendo é realmente trabalhar, cumprindo meu papel constitucional. E como contador de profissional eu tenho facilidade com números e sei que as medidas que temos tomado não são de retaliação nem de perseguição. Pelo contrário, são medidas responsáveis para garantir os serviços públicos e tanto é assim que a população vem reconhecendo o nosso esforço. Um trabalho que chega há até 15 horas por dia, tanto por parte do prefeito e como de toda a equipe. Então, só temos a lamentar. Não tive mais nenhuma conversa com Cláudia Regina, depois que assumi; entendo e fico solidário pelo aconteceu, mas, não cabe a mim o julgamento. Cabe ao TRE e TSE e nós que fazemos as leis, e eu tenho 13 anos como vereador; nós que fizemos as leis, temos que cumprir as leis. Então, nós desejamos que tudo seja resolvido o mais rápido possível, pois, mesmo administrando sem pensar que vou sair amanhã, mas sempre pensando Mossoró para a frente, porém, é muito ruim para a equipe, para os servidores, para os fornecedores essa insegurança de até quando vamos ficar em Mossoró.
Gutemberg Moura – Prefeito, como está essa engenharia política e administrativa com o seu partido, o PSD, se aliando com o PT? O senhor tem alguma preferência?
Francisco José Júnior – Minha preferência é por quem esteja disposto a ajudar a cidade de Mossoró, a fazer uma Mossoró menos desigual; a fazer com que os serviços públicos melhorem pois quem precisa deles são as pessoas mais carentes. Então, temos nos esforçado para garantir isso. A questão do PT é algo muito importante para a cidade de Mossoró. E aqui vou justificar. O Governo Federal é administrado hoje pelo partido dos trabalhadores, o PT, e essa parceria com o PT aproxima, estreita esses laços. As ações que as vezes ficavam travadas por um partido (o DEM, da ex-prefeita Cláudia Regina) que hoje faz uma oposição ferrenha ao Governo do PT; as vezes algumas ações ficavam travadas. E a gora essas ações estão chegando de forma mais acelerada. Eu estive em Brasília, há mais ou menos um mês atrás e a pauta que eu levei de cinco assuntos todos foram resolvidos graças a essa parceria com o PT. É tanto que já estamos planejando irmos a Brasília agora em março para tentar garantir outros serviços essenciais. Então, é algo extremamente importante e fundamental. Na parte política o PT é um partido que tem uma militância aguerrida, uma militância que espelha os movimentos sociais, os sindicatos e estamos dando essa importância quando recebemos representações sindicais e entidades de diversos segmentos, mais de vinte que nunca tinha sentado com o prefeito ou a prefeita da cidade. Mas, sobre a questão eleitoral só vamos começar depois que forem cumpridos os prazos estabelecidos pela Justiça; depois, se meu nome vier a ser aprovado em convenção. Então, vamos discutir questões de alianças. Mas na questão administrativa o PT tem sido um partido fundamental para o nosso trabalho.
 Fonte: Blog do Carlos Skarlack/Via Jornal de Hoje

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