Estudo traz também um olhar de esperança e fé na profissão: 46% se sentem motivados pelo impacto que geram no mundo
Sábado (15), que marcou o Dia do Professor, uma pesquisa mostrou que, mesmo com todas as dificuldades, os profissionais brasileiros ainda demonstram esperança no ato de lecionar.
Educação nesta casa é passada de mãe para filha.
“A gente sempre observava na mamãe o amor, carinho e a dedicação dela com os alunos, isso foi um ponto de referência para essa escolha profissional”, explica a professora Evania Maria dos Santos de Morais.
Dona Juraci de Oliveira Santos, de 81 anos, começou na escola como merendeira. Mas sempre de olho num sonho: estar à frente de uma sala de aula. Ela estudou, se formou e ganhou a primeira turma, um grupo de crianças de sete anos.
"Tudo que eu ensinei para ele, eu aprendi. A gente é obrigada a ensinar o que é bom. Era o que eu fazia com muita alegria e muito prazer", diz a professora aposentada.
As filhas, Evânia e Elania, seguiram pelo mesmo caminho. E agora chegou a vez da Camila ser professora.
“A gente está sempre em formação, estudando, para poder oferecer o melhor para os nossos alunos”, diz Camila.
É quase um século de dedicação ao ensino, se a gente somar o tempo de sala de aula da família de professoras. E a quantidade de alunos nem dá para contar. Mas a certeza que carregam é o orgulho de compartilhar conhecimento.
Uma pesquisa com mais de 1,5 mil educadores mostra que, mesmo com todas as dificuldades da pandemia, 60% deles não pensam em mudar de profissão.
A pesquisa traz também um olhar de esperança e fé na profissão: 46% se sentem motivados pelo impacto que geram no mundo. Do total, 88% dos entrevistados são mulheres, e 74% são professores há pelo menos 10 anos.
“Eu conjugo o verbo esperançar, e a palavra esperança também apareceu bastante. A gente sabe que tem muita coisa a ser feita, mas eu vejo as escolas também num caminho de olhar para esse mestre, de propiciar para esse mestre a oportunidade de se capacitar, de se refazer, de ser visto como ele tem que ser visto, com todo respeito que ele deve ser visto”, analisa a diretora pedagógica Silvana Pepe.
Dedicação recompensada em forma de carinho por uma turminha em São Paulo. A professora Márcia Clause dá aulas há quase 20 anos e nunca pensou em ter outra profissão.
“Eu escolhi ser professora porque eu acredito muito na educação, acho que é a base de tudo. Nos gratifica demais acompanhar os avanços, as conquistas, os desafios sendo alcançados. Isso é maravilhoso”, conta Márcia.
E que essa profissão tão desafiante e ao mesmo tempo essencial seja lembrada e valorizada todos os dias.
Para isso, a gente precisa investir em formação. Tanto na formação inicial, que acontece na universidade e no ensino superior, mas fundamentalmente durante o serviço, que é a formação continuada. Todos os professores querem dar uma aula incrível ", diz Priscila Cruz, presidente de "Todos Pela Educação".
G1
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