O voto de cabresto é uma prática política antiga e infelizmente ainda presente no Brasil, que se estende desde os tempos da República Velha até os dias atuais. Essa expressão é utilizada para descrever a manipulação e o controle do voto por meio de influências e coerções exercidas sobre os eleitos, principalmente por parte de coronéis e políticos influentes em determinadas regiões.
Durante a República Velha, que compreendeu o período de 1889 a 1930, o voto de cabresto foi amplamente utilizado como estratégia para manter o poder nas mãos das oligarquias rurais. Os coronéis, que eram figuras de grande influência política e econômica em suas regiões, usavam seu poder e prestígio para subjugar os candidatos, obrigando-os a votar em determinado candidato ou partido, muitas vezes em troca de favores pessoais ou benefícios coletivos, como empregos , acesso à terra e assistência social.
Esse controle sobre o voto dos eleitores era exercido de diversas formas. Além das ações diretas, como ameaças de violência física ou privação de direitos básicos, os coronéis também controlavam o acesso a serviços públicos, como educação e saúde, de forma a condicionar o voto à submissão política. A ausência de fiscalização efetiva por parte do Estado e a falta de política de conscientização da população contribuíram para a perpetuação dessa prática.
Apesar das mudanças políticas e sociais ocorridas ao longo do século XX, o voto de cabresto persiste em algumas regiões do Brasil. Atualmente, embora tenha sido adotado medidas legais e institucionais para coibir a compra de votos e influência sobre o eleitor, ainda é possível encontrar casos de práticas semelhantes.
A compra de votos, uma forma moderna de voto de cabresto, é uma realidade que desafia a democracia brasileira. Nesse contexto, pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica são frequentemente alvo de políticos corruptos que buscam angariar votos em troca de benefícios pessoais, como dinheiro, cestas básicas, empregos ou até mesmo a regularização de propriedades.
Essa prática, além de ser ilegal, mina a emissão do processo eleitoral e compromete a representatividade dos eleitos. Aqueles que são comprados perderam sua autonomia e capacidade de exercer livremente sua escolha política, ganharam em um sistema democrático fragilizado e pouco representativo.
Combater o voto de cabresto e a compra de votos é um desafio constante para a sociedade brasileira. É fundamental fortalecer a educação cívica e política, promover a conscientização dos direitos e deveres do cidadão, investir na fiscalização eleitoral e punir de forma efetiva aqueles que desrespeitam as leis eleitorais.
A construção de um sistema político mais transparente e participativo requer o engajamento de todos os setores da sociedade. É necessário fortalecer o movimento de controle, promover a transparência nas campanhas eleitorais e estimular a participação ativa dos cidadãos
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