Ter um planejamento financeiro adequado é essencial para não depender exclusivamente da previdência social ao se aposentar. Uma estratégia eficaz para se preparar para esse momento é investir em uma previdência privada, que ajuda a cobrir o possível 'hiato' de renda entre a fase de trabalho ativa e a aposentadoria.
“Atualmente, o teto do INSS (o máximo de aposentadoria que uma pessoa pode receber pelo Regime Próprio) é de R$ 7.507,49. No entanto, esse valor dificilmente é atingido em função das regras atuais”, explica o especialista em seguro e previdência privada da Warren, Danilo Carrillo.
Além da aposentadoria, a previdência pública oferece outras garantias, como pensão por morte, aposentadoria por invalidez, auxílio doença e salário maternidade, entre outros. Com a previdência complementar, é possível planejar não apenas a aposentadoria, mas também contratar coberturas adicionais de risco que protegem o segurado e seus beneficiários em casos de morte, doença e invalidez. Danilo recomenda buscar a ajuda de um especialista para identificar as necessidades de proteção e contratar produtos personalizados.
A previdência complementar difere da previdência pública porque cada pessoa possui um saldo individualizado, seguindo o sistema de capitalização. “O objetivo é a formação de um saldo suficiente para garantir um benefício significativo no futuro. Quanto maior o saldo formado e maior a idade de início do recebimento da renda, maior será o valor do benefício mensal”, detalha Carrillo.
Outra diferença importante em relação ao sistema público é a flexibilidade para utilizar o saldo acumulado ao longo do tempo, como converter em renda mensal vitalícia, temporária, reversível ao beneficiário, fazer resgates parciais ou totais, utilizar para sucessão patrimonial ou manter o saldo investido.
Como escolher o plano de previdência privado?
Atualmente, as principais opções de planos de previdência complementar são o PGBL e o VGBL. Esses planos têm o mesmo objetivo, mas diferem em termos tributários. A escolha do tipo de plano depende da forma como o investidor declara o imposto de renda.
O PGBL é indicado para quem faz a declaração completa, pois as contribuições podem ser deduzidas da base de cálculo do IRPF, até o limite de 12% da renda bruta anual.
Já o VGBL é indicado para quem declara o IRPF pela tabela simplificada ou para complementar a acumulação de saldo na previdência privada quando o limite de 12% já foi atingido. As contribuições para o VGBL não são dedutíveis, mas a vantagem está na tabela regressiva de IR e na base de cálculo composta apenas pelos rendimentos.
O especialista reforça que o regime de tributação é fundamental para maximizar a eficiência do produto. “A previdência complementar permite que o cliente escolha como prefere ser tributado. Além da Tabela Progressiva, que leva em consideração os valores resgatados para definição da alíquota de IR (a mesma tabela aplicada sobre os salários: quanto maior o valor, maior a alíquota), existe a alternativa da Tabela Regressiva (quanto maior o tempo de permanência, menor a alíquota) que é altamente recomendada para gerar eficiência tributária de longo prazo”, completa.
Perfil de risco
A escolha do fundo de investimento vai depender do perfil de risco do investidor. É essencial evitar planos com cobranças de taxas de carregamento, saída ou administração abusivas. Muitas vezes, investidores têm planos antigos com essas taxas injustificadamente altas. Portanto, é altamente recomendado buscar um profissional para fazer comparações entre as condições dos planos antigos e atuais e ajustar para a melhor opção.
“É importante também 'fugir' dos planos em que ocorram cobranças de taxas de carregamento e saída ou ainda taxas de administração abusivas. É muito comum encontrar investidores com planos contratados há muito tempo em que essas taxas abusivas continuam sendo praticadas. Por isso, é altamente recomendado buscar um profissional para ajudar nas comparações entre as condições dos planos antigos e atuais e ajustar a melhor opção”, conclui.
Por Fabio Mota
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