"Empresário consciente deve lutar pela distribuição de renda”, diz Zimerman

 Um dos empresários mais ricos do país defende a redistribuição de renda e uma reforma tributária mais ampla do que a que vem sendo discutida no Congresso. Criado na efervescente região comercial do Brás, no centro de São Paulo, Sergio Zimerman enfrentou diversas falências em sua trajetória, mas superou os obstáculos e se consolidou como fundador e CEO da Petz, a maior rede de pet shops do Brasil. No cenário empresarial, sua voz se eleva de maneira distinta, clamando por um sistema mais equitativo.

 O executivo então afirmou que os países mais prósperos do mundo possuem um sistema tributário que alivia a concentração de renda. “Todos os países da OCDE tem um sistema progressivo, já o sistema atual brasileiro é regressivo. Significa que quanto mais você ganha, menos imposto você paga proporcionalmente. Logo o sistema tributário brasileiro além de não gerar redistribuição de renda, resulta num aumento desta concentração porque beneficia os mais ricos”, explicou.

 Zimerman critica também a tributação concentrada sobre consumo. “Nos Estados Unidos, cerca de 20% são impostos sobre o consumo, no Brasil é 80% e penaliza o mais pobre, porque quem ganha menos gasta todo o salário em produtos básicos”. 

Para o empresário, é impossível um país dar certo com esse tipo de mentalidade que penaliza os mais pobres e também a classe média. “Um empresário consciente deve lutar pela distribuição de renda - senão por ideologia, que tenha pelo menos por inteligência pelo próprio negócio. Se você tem uma classe média pujante, se você tem as pessoas com maior capacidade de gastar, você terá redes de varejo muito mais fortes no país. Não existe varejo forte numa sociedade fraca economicamente. Isso não é coisa de política de direita ou esquerda, é quem tá pensando no Brasil de maneira sensata. Um país forte se faz com uma sociedade forte. Eu não conheço um país forte com meia dúzia de ricos.”

 Quando perguntado sobre a reforma tributária que está em discussão no Congresso Nacional, ele lamenta porque não toca na essência do real problema. “A reforma simplesmente ignora a questão do imposto excessivo ao consumo e ao massacre que se faz ao mais pobre”, finaliza.

Postar um comentário

0 Comentários