Raízes dos Conflitos entre Judeus e Árabes: Uma Jornada através das Histórias de Hagar, Abraão e Ismael
Em tempos esquecidos pelo calendário moderno, quando as estrelas ainda contavam histórias nos céus, viveu um homem chamado Abraão. Sua jornada transcendeu as páginas antigas do Velho Testamento, tecendo uma trama intricada que ecoa nos conflitos atuais entre judeus e árabes.
Abraão, um errante entre terras poeirentas, recebeu de Deus a promessa de uma descendência tão vasta quanto os grãos de areia no deserto. No coração desta epopeia, duas mulheres desempenharam papéis cruciais: Sara e Hagar. Sara, esposa amada, viu o sol de sua fertilidade demorar a nascer. Desesperada, ofereceu a serva Hagar como uma sombra para a luz da promessa divina.
Assim, Hagar, mulher de pele beijada pelo sol, tornou-se concubina de Abraão, e em seus braços nasceu Ismael. Contudo, como as estrelas alinhadas em um destino imutável, Sara também gerou um filho, Isaac. Duas mães, dois filhos, uma casa dividida.
O descompasso começou quando o riso da incredulidade ecoou nas paredes da tenda de Sara, ao presenciar Hagar e Ismael. Um ciúme amargo cresceu como trepadeiras selvagens, sufocando a unidade. Sob o peso desse amargor, Hagar e Ismael foram banidos, perdidos nas areias ardentes.
Mas Deus, que escreve nas estrelas e sopra nos ventos do deserto, proclamou que Ismael seria pai de uma grande nação. Assim, o filho de Hagar partiu para forjar sua própria narrativa, traçando trilhas que se entrelaçariam com o destino de Isaac, o escolhido de Sara.
Os séculos avançaram como caravanas atravessando dunas, e as histórias antigas foram entrelaçadas nas tramas de descendentes. As páginas sagradas, ao serem interpretadas por diferentes povos e tempos, se tornaram espelhos refletindo identidades e antagonismos.
Hoje, nas vielas empoeiradas de conflitos, onde cada pedra tem uma história enterrada, a sombra da saga de Abraão continua a pairar. Não é uma maldição eterna, mas uma lição não aprendida. Reconhecer a humanidade compartilhada nas linhas escritas pelos dedos do tempo pode ser a chave para desatar os nós que enredam as relações entre judeus e árabes. O caminho para a paz pode começar com a compreensão de que, embora as estrelas ainda contem histórias nos céus, somos nós que decidimos o enredo que se desenrola na terra.
por Iram de Oliveira
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