Professora presa injustamente diz que foi seu pai quem descobriu erro

A professora que foi presa por engano no Rio de Janeiro, por um crime cometido na Paraíba quando ela tinha 10 anos, afirmou que foi solta após seu pai descobrir um erro na investigação. A declaração foi dada ao Fantástico, da TV Globo. O que aconteceu Samara Araújo, 23, contou que foi o seu pai quem suspeitou que ela poderia ter sido alvo de um golpe. Simário alertou a filha que os criminosos poderiam ter usado os dados dela para abrir outra conta em seu nome. 

A família contratou um advogado e conseguiu questionar a prisão da professora determinada pela Justiça da Paraíba. O Ministério Público da Paraíba confirmou que criminosos usaram o CPF de Samara e de outras vítimas.

 O pai da professora lembrou que dormiu na porta do presídio todos os dias, dentro de um carro, até que ela fosse liberada. Eu estava preocupado que ela saísse a qualquer hora da noite de lá. Ela não conhece o Rio de Janeiro, estava sem dinheiro, sem telefone, então me preocupou, eu fiquei o dia todo lá. Simário, pai da professora Samara Araújo Samara ficou oito dias detida no presídio feminino de Benfica, zona norte do Rio. Ela relatou ao Fantástico que chegou a dividir cela com 21 pessoas. Após ser solta, reencontrou o marido e o filho, de dois anos. Disse que ainda está abalada. "Eu estou com medo de que de repente eu seja tirada da minha família novamente", disse. Eu sabia que ele [pai] ia se esforçar muito para fazer tudo que tivesse ao alcance dele, mas não dessa forma. Teve uma hora que alguém falou bem assim: "ah, talvez tenha que ir lá na Paraíba". Eu falei: se precisar, meu pai vai. Samara Araújo Entenda o caso Samara foi presa no dia 23 de novembro enquanto lecionava no interior fluminense. Ela foi levada para uma prisão na capital. O mandado de prisão foi expedido pela 6ª Vara Mista de Sousa, na Paraíba, no âmbito de uma investigação de um crime de extorsão que aconteceu em 2010. Devido à prisão, Samara perdeu a própria formatura. Samara celebraria a conclusão do curso de Matemática pela UFF (Universidade Federal Fluminense) no dia 25 de novembro, mas não foi solta no prazo. Os suspeitos utilizaram o documento de Samara para cometer um crime de extorsão em 2010. 

"Vale ressaltar que a prisão decretada em momento anterior, em face da referida acusada, depreendeu-se a partir de parcas [poucas] informações trazidas aos autos pelas partes", disse a Justiça da Paraíba no pedido de soltura. A defesa de Samara afirmou que a vara paraibana pediu o mandado de prisão para forçar que Samara se manifestasse no processo, já que outras pessoas acusadas já haviam sido julgadas. Porém, não houve uma checagem das informações para saber se a professora poderia ser, de fato, a autora dos crimes. Nem o Ministério Público, nem o juiz, nem a própria delegacia, que investigou o crime, se atentou em solicitar mais informações, seja à Caixa Econômica Federal, que era o banco onde os valores foram depositados, seja a qualquer sistema do governo, porque o governo hoje tem um amplo acesso a informações pessoais. Nada disso foi requerido, foi solicitado, foi produzido. Houve uma deficiência muito grande dos órgãos da Paraíba nesse sentido. Marcos Gois, advogado 

G1

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