Seduc pressiona pela aprovação de estudantes e retira a autonomia de professores

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Com o fim do ano letivo e o fechamento de notas, os educadores(as) têm sido pressionados para cumprirem metas percentuais de aprovação a qualquer custo. Desde 2022, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) permite que os estudantes, que não atingiram os 75% de presença, façam uma prova final e, caso alcancem média 5, sejam aprovados(as), comprometendo o processo de aprendizagem. 

As políticas da Seduc carregam um viés disfarçado de aprovação automática e desresponsabilizam o governo de Eduardo Leite (PSDB) da criação de estratégias capazes de resolver estruturalmente o déficit de aprendizado, que possui distintos atravessamentos sociais. O foco não pode estar vinculado ao aumento percentual, e sim ao processo pedagógico. “Essas normas representam um atarefamento maior dos educadores e, de certa maneira, retiram do professor a sua autonomia, já que ele conhece a realidade da turma e dos alunos”, alerta o 1º vice-presidente do CPERS, Alex Saratt.

Assim como as intenções da Seduc com a aprovação de estudantes são mascaradas, já que o interesse é na melhoria do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a pressão nas educadoras(es) também é dissimulada. A orientação das Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) é de que diretoras(es), supervisoras(es), orientadoras(es) e professoras(es) realizem intervenções para garantir o cumprimento da meta, mas não esclarecem o que pode ocorrer caso os percentuais não sejam alcançados.

“Na teoria, tudo é bonito. A Seduc diz que é para dar oportunidade para todos, mas nos bastidores, a tutora fala para a supervisão que não deve haver reprovação”, conta um secretário de escola que trabalha na região leste do estado e não quis se identificar. O educador revela, ainda, que estudos compensatórios de infrequência têm sido aplicados para abonar faltas e dar notas na área cognitiva. “Há exemplos de alunos que não vêm durante o ano letivo e querem fazer a prova final. Qualquer dia, ninguém virá mais à escola”, desabafa o secretário. 

Estas propostas negligentes do governo Eduardo Leite (PSDB), com a garantia de aprovação automática dos estudantes, estão minando a responsabilidade dos alunos(as), já que têm a consciência que passarão de ano independente de seu esforço, o que prejudica significativamente a qualidade da aprendizagem. Sob a gestão de Leite (PSDB), tais políticas não apenas deseducam, mas também impõem obstáculos substanciais ao trabalho das professoras(es), que enfrentam um ambiente cada vez mais desafiador em suas atividades educativas.

O CPERS rejeita essa determinação, pois se trata de mais uma medida autoritária com os profissionais da educação, ao criar um contexto de intimidação ineficaz, que não soluciona consistentemente o cenário de abandono dos estudos. Esse é o plano do governo Eduardo Leite (PSDB) e da secretária Raquel Teixeira para a educação pública gaúcha: propor soluções rasas, que esvaziam a potencialidade do processo de ensino-aprendizagem, enquanto desrespeita a autonomia pedagógica das escolas. 

Com Informação cpers.com.br

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