Mudanças Climáticas: ONU diz que 2023 foi "prévia da catástrofe futura" e que 2024 será mais quente

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A Organização Meteorológica Mundial, vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas) publicou um assustador informe nesta sexta-feira (12) em que afirma que o ano de 2023, marcado por múltiplas crises climáticas e um amplo aumento na temperatura média global, é uma espécie “prévia da catástrofe futura”que aguarda a humanidade caso não tomemos uma atitude planetária a esse respeito.

O material reúne dados de serviços oficiais de meteorologia do mundo inteiro. Sobre o ano que passou, a entidade aponta o efeitos do El Niño como o principal fator que gerou as altas temperaturas, mas também fala em queimadas, desmatamento que facilitam o aumento das temperaturas.

"Os seis principais conjuntos de dados internacionais utilizados para monitorar as temperaturas globais, consolidados pela OMM, mostram que a temperatura global média anual foi 1,45 ± 0,12 °C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900) em 2023. As temperaturas globais em todos os meses entre junho e dezembro estabeleceram novos recordes mensais. Julho e agosto foram os dois meses mais quentes já registrados", diz trecho de artigo publicano no site da ONU.

“As alterações climáticas são o maior desafio que a humanidade enfrenta. Está afetando todas as pessoas, especialmente os mais vulneráveis. Não podemos esperar mais. Já estamos tomando medidas, mas temos de fazer mais e rapidamente. Temos de fazer reduções drásticas nas emissões de gases de efeito estufa e acelerar a transição para fontes de energias renováveis”, disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.

Segundo alerta do Observatório Europeu Copernicus emitido na última terça-feira (9), o ano de 2023 é o mais quente em 100 mil anos. O relatório destacou as temperaturas recordes registradas no ano anterior, revelando que todos os dias apresentaram um aumento de 1°C em relação ao nível pré-industrial estabelecido entre 1850 e 1900.

De acordo com o estudo, metade dos dias de 2023 testemunhou temperaturas superiores a 1,5°C do nível pré-industrial, atingindo um pico de 2°C em dois dias de novembro. Esses números representam os patamares mais elevados em um período de 100 mil anos, alertando para a urgência das mudanças climáticas.

A média global de temperatura em 2023 alcançou 14,98ºC, ultrapassando em 0,17ºC o valor mais alto registrado em 2016, anteriormente considerado o ano mais quente. Além disso, o ano passado foi 0,60ºC mais quente que a média do período de 1991-2020 e 1,48ºC acima do nível pré-industrial estabelecido entre 1850 e 1900.

A vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, Samantha Burgess, da União Europeia, expressou profunda preocupação com os dados. "O ano de 2023 foi excepcional, com recordes climáticos caindo como dominós. Não apenas 2023 foi o ano mais quente registrado, como é o primeiro ano com dias 1°C mais quentes do que a era pré-industrial. As temperaturas em 2023 provavelmente foram as mais altas ao menos nos últimos 100 mil anos", alertou.

Mas segundo o novo informe, da Organização Meteorológica Mundial, as coisas ainda vão piorar. “A mudança do arrefecimento da La Niña para o aquecimento do El Niño, em meados de 2023, reflete-se claramente no aumento da temperatura em relação ao ano passado. Dado que o El Niño normalmente tem o maior impacto nas temperaturas globais depois de atingir o pico, 2024 poderá ser ainda mais quente”, explicou Salete Saulo.

Sobre 2023 a entidade aponta que em todos os meses entre junho e dezembro novos recordes mensais de temperatura foram registrados.

“2023 foi uma mera prévia do futuro catastrófico que nos aguarda se não agirmos agora. Devemos responder aos aumentos recordes de temperatura com ações revolucionárias. Espera-se que 2024 seja possivelmente ainda mais quente. Ainda podemos evitar o pior da catástrofe climática, mas somente se agirmos com a ambição necessária para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius e garantir a justiça climática”, declarou Stéphane Dujarric, porta-voz de António Guterres, o secretário-geral da ONU, ao comentar o informe

MSN

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