O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados políticos e jurídicos optaram por manter-se em silêncio após os depoimentos dos ex-comandantes militares de seu governo na sexta-feira (15). Contudo, já planejam sua defesa. Eles afirmam que Bolsonaro apenas discutiu alternativas jurídicas e políticas para questionar as eleições presidenciais de 2022, sem tomar medidas concretas. Segundo eles, Bolsonaro não assinou a minuta do que chegou a ser debatido, nem deu ordens para que as tropas fossem para as ruas, segundo informa a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Essa linha de defesa visa destacar que, apesar das discussões e debates, não houve efetivamente nenhum ato concreto por parte de Bolsonaro que pudesse sustentar a acusação de tentativa de golpe para permanecer no poder. Enquanto politicamente e eleitoralmente Bolsonaro pode enfrentar consequências, juridicamente seus aliados argumentam que a acusação não se sustentaria.
No entanto, essa versão foi colocada em xeque após os depoimentos dos ex-comandantes à Polícia Federal, que revelaram que Bolsonaro apresentou a minuta golpista aos chefes das Forças Armadas em dezembro de 2022. Essa situação coloca Bolsonaro em uma posição delicada, uma vez que, apesar de negar a assinatura da minuta golpista e ordens para a presença de tropas nas ruas, os depoimentos dos ex-comandantes comprometem sua versão dos fatos.
DCM
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