O resultado da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio
(OPMBr) foi recebido com muita alegria pela professora Silmara Silva e
pela comunidade da Escola Estadual David Campista, em Poços de Caldas,
onde leciona.
Ela foi reconhecida como uma das melhores professoras de matemática do
país e conquistou uma das dez medalhas de ouro na competição, mostrando
que o ensino vai além da mera excelência técnica.
Com 36 anos e lecionando para estudantes do ensino médio, Silmara
expressa alegria e surpresa diante desse reconhecimento. "Ainda estou
eufórica com a premiação. Nunca recebi tantas mensagens de parabéns. Tem
sido incrível", afirma a professora premiada.
Os dez medalhistas de ouro foram premiados com intercâmbio técnico e
cultural de 15 dias em Xangai, na China, país que ocupa o primeiro lugar
no ranking de desempenho em matemática no Programa Internacional de
Avaliação de Estudantes (Pisa).
Os vencedores terão a oportunidade de visitar o Centro de Educação para
Professores da Unesco (TEC Unesco), na Universidade Normal da China.
Após o intercâmbio, haverá 50 workshops em 50 cidades, nos quais cada
premiado ministrará cinco, compartilhando experiências e conhecimentos
para aprimorar o ensino da matemática em todo o país.
Ambiente acolhedor
O processo de avaliação para a premiação envolveu três etapas, incluindo
prova, apresentação em vídeo do trabalho desenvolvido em sala de aula e
entrevista analisada pelos membros do Conselho Acadêmico da competição.
O destaque não foi apenas para a resolução de problemas e raciocínio
lógico, mas também para a maneira como a professora trata os estudantes,
criando um ambiente propício para o aprendizado.
“Os avaliadores disseram que fui selecionada pela maneira que trato os
estudantes. Durante minha apresentação mostrei o que realmente faço
dentro e fora da sala de aula, que é promover um ambiente de
ensino-aprendizagem seguro e acolhedor", detalha.
A professora também aponta como principal ferramenta acolher as dúvidas
dos estudantes para que eles percam a vergonha e o medo da matemática.
Segundo Silmara, a metodologia usada pelos seus pais, ao sanar suas
dúvidas e indagações da infância e adolescência, é a que ela aplica hoje
em sala de aula, com os estudantes.
“Meus pais me olhavam com muita empatia, sabendo que eu estava
descobrindo o mundo e tinha muitas curiosidades. Eles realmente
dedicavam seu tempo para me explicar sobre as coisas. Hoje, faço
exatamente assim com os meus estudantes".
Durante a cerimônia virtual de premiação, em 27/3, Silmara estava
cercada de estudantes e colegas, compartilhando sua conquista com a
comunidade escolar. Além da atenção aos alunos, a professora comenta
sobre a afinidade com os estudos e a busca por mais conhecimento.
“A matemática abriu portas em outras áreas. Após começar a dar aula
também me interessei e me formei em engenharia elétrica. Trabalhei em
empresa de automação, mas escolhi pela sala de aula. Atualmente, faço
duas pós-graduações diferentes”, conta a vencedora que conheceu a
olimpíada no dia em que apresentou a sua defesa da tese de mestrado.
Sobre a OPMBr
Já na primeira edição, a OPMBr recebeu mais de 600 inscrições. Dos 20
finalistas selecionados para a cerimônia de premiação, duas professoras
são da rede estadual. Além de Silmara Silva, a servidora Rita Nogueira,
da Escola Estadual
Professor Fábregas, em Luminárias, também representou a rede estadual de Minas Gerais e foi reconhecida com a medalha de prata.
A competição, criada por um grupo de engenheiros do Instituto
Tecnológico de Aeronáutica (ITA), tem foco na valorização da docência e
pesquisa da matemática no Brasil.
O conselho acadêmico da OPMBr conta com agentes da Secretaria de
Educação Superior e da Educação Básica do Ministério da Educação (MEC),
da Associação Nacional dos Professores de Matemática da Educação Básica,
além de especialistas em olimpíadas do conhecimento.
Com informação Agência de Minas
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