Embora o Brasil possua extensa área costeira (7.941 km) e o
litoral paulista ser relativamente perto (cerca de 100 km) da capital,
estudantes de escolas públicas do Estado de São Paulo revelaram se
sentir distantes de questões relacionadas aos mares e aos oceanos. A
maioria não estabelece relação direta entre seu cotidiano e o ambiente
marinho e desconhece a complexidade do ecossistema aquático. A
constatação é de uma pesquisa de pós-doutorado da Faculdade de Educação
(FE) da USP que analisou a percepção de alunos da educação básica de
escolas do Estado sobre ambientes marinhos e costeiros.
Segundo o estudo, estima-se que até 40% dos oceanos sejam
afetados por atividades humanas, como poluição, turismo, tráfego
marítimo, esgotamento da pesca e perda de habitats costeiros. “Conhecer e
valorizar este ambiente é o primeiro passo para o processo de
preservação e conservação dos recursos oceânicos e marinhos e de sua
biodiversidade”, explica a bióloga e uma das autoras da pesquisa Renata
Alitto.
“Há um verdadeiro vazio curricular em relação aos ambientes
costeiros e oceânicos”, relata o orientador do estudo, Nélio Bizzo,
professor e pesquisador da FE. Segundo ele, os ambientes costeiros foram
os mais modificados nos últimos tempos pelo ser humano e cita como
exemplo a invasão de espécies exóticas como o mexilhão, que veio
acidentalmente da África. Por não ter predador na fauna brasileira, o
molusco se espalha com rapidez causando desequilíbrio do ecossistema
aquático.
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