Google Sala de Aula lança ferramenta inovadora voltada para alfabetização

 Assert Tech | Google Revoluciona Educação com IA Gemini e Novas Ferramentas  Educacionais

O Google está em festa este mês. O motivo são os 10 anos do Google Sala de Aula, plataforma voltada para educação no ambiente on-line que se tornou ferramenta poderosa para ajudar professores, principalmente, durante a pandemia de covid-19. O serviço tem diversas funcionalidades para planejar aulas, aplicar atividades e receber estatísticas de aprendizado da turma. Conforme adiantou o Correio na última quarta-feira (14/8), data do aniversário da plataforma, para celebrar, a empresa de tecnologia lançou uma aplicação no Brasil: o Leitura Guiada.

Essas e as outras ferramentas educacionais da empresa partiram de uma iniciativa institucional voltada à educação. "O Google começou diferente de outras empresas. Ele começou na sala de aula, como um projeto de doutorado de dois cientistas da Universidade de Stanford. A empresa tem como base a educação", reforça o head do Google for Education para a América Latina, Rodrigo Pimentel (leia Três perguntas para).

Foi assim que surgiu a ideia para Google for Education, iniciativa da multinacional que promove e facilita a educação ao redor do mundo. Como um dos primeiros passos, foi criado o Google Sala de Aula, amplamente utilizado no Brasil e que foi recebendo novas funcionalidades ao longo dos últimos 10 anos, a fim de garantir uma melhor experiência para o usuário.

"Os alunos se sentem mais motivados com a plataforma on-line, pois ela oferece autonomia, organização e acompanhamento do próprio progresso. A facilidade de acesso às atividades, notas e feedback individualizado, além da possibilidade de comunicação direta comigo, tornam o processo mais transparente e interativo", afirma Lucas Mateus Oliveira, 30 anos, professor de inglês que usa o Sala de Aula desde 2016.

Mariana Reis, 37 anos, também usa a plataforma em suas aulas. Começou em seu estágio de docência na universidade, em que era professora de outras turmas da instituição, e percebeu que os alunos nem sempre tinham acesso aos livros e às atividades desejadas. Assim, passou a usar o Sala de Aula, o que garantiu facilidade tanto para si quanto para os alunos. Hoje, é professora de inglês na educação básica. "A colaboração que ocorre dentro da plataforma garante que a interação entre professores e alunos não fique presa em sala de aula", considera. 

Nem sempre o uso da plataforma é assertivo, mas as facilidades que ela traz contam positivamente para os professores. "A forma como cada professor utiliza o Sala de Aula também pode gerar confusão para os alunos, principalmente ao transitarem entre diferentes turmas. No entanto, acredito que é uma ferramenta acessível a todos os professores, desde que haja investimento em treinamento adequado e suporte técnico contínuo", frisa Lucas.

O Google também promove ações com esferas governamentais, doa equipamentos e auxilia gestores de escolas a implementarem a tecnologia em sala de aula. "Tecnologia tem de ser uma ferramenta adicional. Não pode ser o fim em si. Não tem como. A gente tem a presença do professor sendo fundamental em toda essa jornada, e o objetivo final é o sucesso do aluno", conclui Rodrigo Pimentel.

Ajuda na alfabetização

O anúncio da chegada do Leitura Guiada ao Brasil foi o destaque das comemorações da empresa no país. A versão em inglês, chamada Read Along, existe há alguns meses no mercado e já foi usada por mais de 34 milhões de crianças. A novidade é que o aplicativo será introduzido na América Latina e será acoplado ao Sala de Aula. Para a criança, é uma experiência gamificada de leitura. Para o professor ou para o responsável, uma ferramenta que possibilitará medir o progresso do estudante e captar suas dificuldades. A leitura guiada propõe deixar o processo de aprendizagem divertido e prático, além de ser um suporte para a educação na América Latina, que tem suas próprias particularidades.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 9,3 milhões de analfabetos e parte dos alfabetizados não é capaz de interpretar textos nem de realizar operações matemáticas simples — os chamados analfabetos funcionais. Segundo o Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), 27% dos brasileiros entre 15 e 64 anos fazem parte dessa parcela da população.

Antes de trazer a leitura guiada para o Brasil, o Google projetou esse cenário e fez adaptações com validação governamental. O objetivo é medir com mais precisão o impacto da plataforma no país.

Três perguntas para...

Rodrigo Pimentel, head do Google for Education para a América Latina: "professores poderão customizar as lições de leitura"

Como a tecnologia é usada no contexto pedagógico?

Esta é uma área muito sensível, na qual existia muita dificuldade pré-pandemia por parte de alguns professores ou mesmo alguns alunos em utilizar os dispositivos em sala de aula. Porém, durante a pandemia, todo mundo teve de usar algum tipo de tecnologia para a educação sobreviver. E não foi, talvez, das melhores experiências pedagógicas, mas foi a única possível naquele momento. O fato é que a quantidade de pessoas que seguem usando tecnologia pós-pandemia é gigantesca. Foi muito legal do ponto de vista de as pessoas perceberem a semente da possibilidade de poder acelerar coisas ou acelerar os contatos, muitas vezes, até economizar tempo, especialmente do ponto de vista do professor. Isso foi um ganho muito legal. A despeito de todo o lado ruim da pandemia, acho que se rompeu uma certa barreira. As pessoas começaram a se organizar para compreender melhor o que as tecnologias têm a oferecer.

Como foi desenvolvido o Sala de Aula?

Em 2014, o Google já tinha documentos, apresentações, planilhas e drive. Pensou-se, então, em criar uma central de comando para o professor. Assim, o Google Sala de Aula foi pensado como essa central onde o professor poderia ter tudo ali, na frente dele, e a partir dali, começar a criar planos de aula, lições para o estudante e receber do aluno as respostas. Depois, começamos a pensar como colocar dentro do Sala de Aula vários apêndices para auxiliar, com ferramentas fáceis e índices que vão resolvendo as questões do professor, sempre com essa ideia de ter uma central de controle para ele. Por isso que deu tão certo. Sem falar que as ferramentas do Google são muito fáceis de usar.

Quais as vantagens para o professor em usar o Leitura Guiada?

Do ponto de vista do professor, ele vai ter condição de checar a compreensão e a velocidade, que compõem o acompanhamento de leitura. Ele vai saber exatamente onde o aluno está tendo dificuldade, como é que ele está em termos de nível, comparativamente ao que é esperado para a série e os demais alunos. Entra nesse ponto um mecanismo de inteligência artificial para ajudar a fazer a comparação e trazer alguns insights para o professor: ele vai ter insights sobre o aluno e sobre a turma, para, a partir desses dados, começar a customizar as lições de leitura.

CB

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