Cartazes de ‘procurado’ com CEOs de planos de saúde são vistos em Nova York

 



Cartazes de “procurado” com o rosto de alguns CEOs de planos de saúde dos EUA foram vistos pelas ruas de Nova York. Um vídeo com os cartazes foi compartilhado nas redes sociais.

Um dos cartazes apresenta o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, que foi assassinado na última quarta-feira (4). Em cima de sua foto, há um x vermelho.

Nos outros cartazes estão os rostos de Heather Cianfrocco, CEO da OptumHealth, e Andrew Witty, CEO da UnitedHealth. Os três cartazes estavam colados em uma estrutura na esquina da Canal Street com Center Street, em Lower Manhattan, segundo o New York Post.

As mensagens afirmam que essas pessoas são procuradas por “negar tratamento médico por lucro corporativo”. Também afirmam que “os CEOs de planos de saúde não deveriam se sentir seguros”, além de utilizar as palavras encontradas nas balas que atingiram Thompson: “Deny – Defend – Depose” (negar, defender e destituir).

“A UnitedHealthcare nega mais pedidos médicos do que qualquer outra companhia de seguro, matando pessoas todos os dias por causa do lucro. Como resultado, Brian Thompson teve seu direito à vida negado. Quem será negado em seguida?”, questiona a mensagem nos cartazes.

A polícia de Nova York emitiu um boletim na última terça-feira (10) informando que os executivos do ramo da saúde correm um risco elevado após o assassinato de Thompson, segundo a ABC News. De acordo com a corporação, os nomes e os salários de vários executivos de planos de saúde foram publicados online e vários usuários das redes sociais comemoraram a morte do CEO da UnitedHealthcare.


CEO DA UNITEDHEALTHCARE FOI ASSASSINADO

Brian Thompson, 50, estava em frente ao Hilton de Midtown no dia 4 de dezembro, onde ocorria uma conferência de investidores. Ele faria uma apresentação no evento, mas foi atingido pouco antes das 7h (9h, no horário de Brasília).

Policiais tentaram reanimar Thompson e o levaram a um hospital, onde a morte foi confirmada. “Estamos profundamente tristes e chocados com o falecimento de nosso querido amigo e colega Brian Thompson, diretor-executivo da UnitedHealthcare”, disse a empresa em comunicado.

Suspeita de crime premeditado. O chefe dos detetives da Polícia de Nova York, Joseph Kenny, informou que o atirador chegou a pé cinco minutos antes de Thompson, que aparentemente caminhava sem seguranças em frente ao hotel. A esposa dele afirmou à TV NBC que o marido tinha recebido ameaças recentes.

Arma utilizada é semelhante às usadas por fazendeiros para abater animais. O Departamento de Polícia de Nova York indicou que se trata de uma pistola de 9 milímetros comumente usada para abater animais em silêncio.

Suspeito do crime foi preso na segunda-feira (9). Luigi Nicholas Mangione estava na região de Altoona, Pensilvânia, a 375 quilômetros de distância de Nova York, em uma unidade da lanchonete McDonald’s.

Embora tenha sido denunciado por semelhança com as fotos divulgadas pela polícia de Nova York, o suspeito foi preso por apresentar um documento falso de Nova Jersey e por posse ilegal de arma.

Mangione estava com “arma-fantasma” e silenciador. São armas sem série e mais difíceis de serem rastreadas, na maioria das vezes feitas em casa a partir de peças individuais. A arma encontrada com o suspeito atirava munições de 9 milímetros -como as que mataram Brian Thompson.

A polícia encontrou um caderno de Mangione em que ele escreveu sobre o plano de matar o diretor-executivo de uma empresa. “O que você faz? Você elimina o CEO na convenção anual de contadores parasitas. É direcionado, preciso e não coloca inocentes em risco”, diz um dos trechos do caderno. A informação foi publicada pelo jornal The New York Times nesta quarta-feira (11).

Último endereço conhecido do suspeito é no Havaí. Luigi Mangione não tem histórico criminal em Nova York e é do estado de Maryland. Ele teria viajado a Nova York de ônibus.

PLANOS DE SAÚDE NOS ESTADOS UNIDOS

Sistema de saúde nos Estados Unidos é baseado em planos privados. Os EUA são o único país desenvolvido que não tem cuidado universal de saúde. O serviço acaba sendo oferecido por empresas, que frequentemente recusam cobertura de cirurgias, medicamentos ou mesmo anestesia. Publicado em julho deste ano, um levantamento do Centro Nacional de Saúde dos EUA aponta que 25 milhões de americanos, sendo 2,8 milhões de crianças, não tinha, acesso pleno à saúde em 2023.

UnitedHealth Group faturou 100 bilhões de dólares no terceiro trimestre de 2024. A UnitedHealthcare, administrada pela vítima, é um braço da companhia que administra produtos de saúde, como Medicare e Medicaid, para pessoas idosas e de baixa renda, financiados pelos orçamentos estatais.

UnitedHealthcare é a seguradora de saúde que mais nega pedidos de pacientes. Um levantamento publicado pela Forbes e pelo Boston Globe mostra que a UnitedHealthcare nega 32% dos pedidos de seus pacientes. A média nacional dos Estados Unidos é de 16%.

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