Em declarações publicadas em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), o editor-chefe da Americas Quarterly, Brian Winter, avaliou que “Lula é um alvo perfeito de baixo custo para Trump” e que o republicano estaria apenas aguardando o momento certo para investir contra o governo brasileiro. Segundo Winter, “há uma contagem regressiva para o primeiro tweet de Trump criticando Lula e ameaçando sanções ou tarifas, a menos que Jair Bolsonaro seja autorizado a ser candidato em 2026.”
Fontes diplomáticas demonstram preocupação com a falta de contato entre o Palácio do Planalto e a Casa Branca desde a vitória de Donald Trump. A jornalista Priscila Yazbek, correspondente da CNN em Nova York, também destacou que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, enviou apenas uma carta formal de cumprimentos ao novo Secretário de Estado, Marco Rubio. Além disso, não houve tentativas de conversas telefônicas ou encontros bilaterais.
Para alguns observadores, a postura de distanciamento vem se acentuando desde a campanha presidencial americana, quando Lula declarou apoio à candidata democrata Kamala Harris na corrida pela Casa Branca. “Deus queira que a Kamala ganhe eleição nos EUA”, disse o presidente brasileiro a dois meses do pleito de 2024. Na mesma semana em que os eleitores americanos foram às urnas, Lula reforçou que torcia abertamente pela vitória democrata.
No entendimento de Brian Winter, o embate com Lula pode servir como uma bandeira política interna para Trump. Diplomatas brasileiros temem que, em caso de retaliações ou ameaças de sanções vindas de Washington, a relação entre os dois países mergulhe num nível de tensão inédito desde a reabertura democrática no Brasil.
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