O comandante da reserva da Marinha Robinson Farinazzo, que comanda o canal “Arte da Guerra”, analisou as recentes pressões geopolíticas dos Estados Unidos sobre o Brasil e o reposicionamento global diante da ascensão dos BRICS. Farinazzo denunciou as chantagens promovidas pelo presidente norte-americano Donald Trump contra o governo brasileiro, criticou a atuação “entreguista” de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e defendeu a ampliação da soberania nacional na área de defesa, com destaque para o projeto do submarino nuclear brasileiro.
“O Trump é basicamente um chantagista”, declarou Farinazzo, referindo-se à ameaça do governo norte-americano de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. “As demandas que ele está impondo ao Brasil são impossíveis de se atender. Aqui é uma democracia com separação de poderes. O Executivo não tem condições de interferir nas decisões do Supremo Tribunal Federal.”
Crítica a Eduardo Bolsonaro e alerta de submissão
Segundo Farinazzo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que mantém interlocução com figuras da extrema direita nos EUA, atua de forma completamente desvinculada dos interesses nacionais:
“A gente achava que já tinha visto tudo em termos de entreguismo, mas isso foi demais. O caso do Eduardo Bolsonaro não tem nada a ver com o país, é simplesmente para salvar a família. É vergonhoso.”
arinazzo ainda destacou o impacto negativo que essas articulações podem causar à economia brasileira, especialmente entre os eleitores que colocaram Eduardo Bolsonaro no Congresso.
Lava Jato, lawfare e ataque à soberania
O comandante destacou os efeitos destrutivos da operação Lava Jato, classificando-a como uma revolução colorida contra o Brasil. Em sua avaliação, houve um “transe coletivo” a partir da manipulação da opinião pública, resultando no desmonte de setores estratégicos da economia, como a construção civil, a indústria pesada e o setor de defesa.
“A Lava Jato foi feita para quebrar o Brasil. Todo governo que adota um viés desenvolvimentista acaba sendo derrubado sob acusações de corrupção ou comunismo.”
Defesa e submarino nuclear
Entre os principais temas abordados, Farinazzo destacou a importância do projeto do submarino nuclear brasileiro, que considera vital para a proteção das rotas comerciais e da soberania sobre o petróleo marítimo.
“O submarino nuclear é o projeto militar mais importante que temos. Ele garante a dissuasão e a proteção dos nossos interesses no Atlântico. A Europa e os EUA vão fazer de tudo para impedir esse projeto.”
Farinazzo também defendeu uma política industrial robusta para a defesa nacional e criticou a dependência tecnológica do Brasil em relação a países do Ocidente, propondo cooperação com Rússia e China.
Brasil 247
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