O jurista e professor Luiz Flávio Gomes, fundador da Rede de Ensino
LFG e Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil, tem se ocupado para
tecer severas críticas à jornalista do SBT, Rachel Sheherazade (Foto),
que, no uso do seu direito constitucional de liberdade de manifestação
do pensamento, fez comentário a respeito de adolescente espancado por
“justiceiros” no Rio de Janeiro. Vejam o que ela disse em sua defesa: “Em meu espaço de opinião no jornal “SBT Brasil”, afirmei compreender (e não aceitar, que fique bem claro!) a atitude desesperada dos justiceiros do Rio”.
Por: Júlio Cesar Cardoso
O ilustre jurista está muito puritano. É acadêmico demais para
arrostar a grave situação de falta de segurança pública no país. Pegou
no pé da jornalista, que, diferente dele, teve coragem de abordar de
forma crítica o dia a dia do cidadão brasileiro. Ou o jurista não mora
no país? Ou só vive enfurnado em suas academias jurídicas ou perdido em
outras elucubrações?
Pregar civilidade, obediência aos postulados jurídicos, ao Estado
Democrático de Direito, aos bons comportamentos sociais e fazer citações
deste ou daquele autor, como forma demagógica de mostrar aos outros sua
verborreica erudição, são artifícios empregados de floreios
linguísticos para impressionar e enganar incauta plateia.
Ninguém de sã consciência, nem mesmo a jornalista, é favorável a que
se faça justiça com as próprias mãos. Mas o país não pode ficar nesse
discurso acadêmico farisaico de permitir que a sociedade seja açoitada
sem reagir, já que os instrumentos estatais de defesa do cidadão se
mostram ineficazes ou são operados de forma negligente. Só que os
cidadãos pagam impostos para receber em troca do Estado serviços
públicos de qualidade – o que não ocorre -, inclusive de segurança
pública, que garanta a incolumidade do cidadão na sociedade.
Em vez de os paladinos da boa ética e moralidade, que se arvoram em
defensores jurídicos dos desassistidos, reprocharem a manifestação
crítica e constitucional da jornalista, por que até agora, testemunhando
o crescimento vertiginoso da criminalidade no país, não se organizaram
para exigir dos governos e políticos uma tomada de posição substantiva
nos campos das áreas sociais e educacionais, dado que são esses os
segmentos abandonados pelos governos os causadores dos desequilíbrios
sociais, que vão formar os contingentes de marginalizados perigosos?
Por: Júlio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado e mora em Balneário Camboriú – SC – juliocmcardoso@hotmail.com
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