As pessoas se atraem. E se atraem não pelo que
elas são, ou tentam ser, mas por serem profundas e insondáveis são, também,
misteriosas. E muitas são misteriosas ao extremo. E os extremos, como costumam
dizer, podem se atrair.
Por: Pedro César Alves
Às vezes são inacessíveis, silenciosas, vivem de
forma experimental: às vezes em busca de luz, que, por algumas teorias, o ser
humano é um ser de luz e por isso busca luz; às vezes não, pressionado, fraco,
pende para o outro lado. Às vezes em profundas fantasias fantasiosas, talvez em
busca da plenitude da liberdade para sobreviverem.
Atração pode acontecer por vários motivos,
começando desde um simples olhar até por conhecimentos e afinidades – sem falar
nas admirações que o senhor Destino pode simplesmente proporcionar – a
interferência do Cosmo, pelo menos para quem acredita.
Esse mesmo Cosmo, para quem nele acredita, de
certa forma e através de elementos mais próximos, interfere ensaiando, aos
mortais, a angústia – que ao mesmo tempo proporciona busca de saídas, mas
também sufoca. Cria-se uma linha fina entre os extremos.
A atração traz, será, felicidade? Ou, será que
existe alguém plenamente feliz? Ou, ainda, quem a alcançou viveu sem a
procurá-la? (Foi um simples contemplado – sortudo?) Parcialmente sabemos que
passamos momentos felizes – e não há felicidade plena. A vida não deve passar
em silêncio, mas com pretensão de glórias para sobreviver às adversidades do
meio.
Sendo pérolas, são seres maravilhosos – seres que
podem ser atraídos – talvez como ímãs. Mas às vezes notamos que seres
iluminados – ou com potencial iluminação, se afeiçoam dos seres menos
favorecidos neste quesito. Será o auxílio ao próximo que tanto as religiões
pregam? Ou, os extremos se atraem – como citei acima?
As profundezas de cada ser, assim como os
abismos, são insondáveis, quase que impenetráveis. E, por forças do senhor
Destino, alguns começam a tentar buscar o que o outro ser tem – indiferente da
sexualidade. E nesta busca imaginam estar se completando – apoiado às vezes em filosofias
difíceis de serem comprovadas. Mas, na verdade, buscam marcas no outro para se
espelharem e passarem do ter ao pleno exercício do ser.
É sabido que muitos estudiosos, filósofos,
teólogos, entre outros, buscam algo que venha completar a existência do ser
humano. As mais diversas religiões criaram Seres Superiores que o homem deve
ser submisso – até ai sem problema (acredito eu), mas o que dói é a ignorância
de alguns ao tentar fazer seguidores submissos a si. (Contra no sentido de
aproveitar da falta de conhecimento do outro.) Os filósofos buscam em seu mais
íntimo conhecimento frases que tentam explicar a existência humana – até
quando? E os estudiosos, de maneira geral, tentam a partir de suas visões de
mundo explicar o próprio mundo – logo, todos estão num balaio só!
E fechando estas pérolas sobre as pérolas que
somos, fica uma imensa lacuna – creio eu – em cada cabeça (por isso que dizem
que em cada cabeça há uma sentença): quando sentiremos totalmente realizados –
a plenitude da felicidade? Talvez, digo eu, aqui na Terra nunca, mas se crermos
em Seres Superiores – pois como diz que só o amor e a fé são capazes de todas
as realizações, alcançaremos a plenitude de nosso ser e seremos plenamente
felizes – talvez ainda demore um pouco, pois ainda somos pobres mortais!
*Pedro César Alves
é professor e escritor, membro da UBE – União Brasileira de Escritores e ainda
edita o site – www.aracatubaeregiao.com.br
0 Comentários