Renan Calheiros, que vem criticando duramente as operações policiais de combate á corrupção, como a Lava-Jato e a Métis, atualmente responde a doze apurações criminais no Supremo Tribunal Federal (STF). Desses inquéritos onze já estão abertos e um ainda dependente de um despacho do ministro Dias Toffoli para ser iniciado.
O poder político de Renan Calheiros e sua forte influência nos governos Dilma e agora no de Temer, faz com que ele atue nos bastidores protelando ao máximo se tornar réu em qualquer uma dos inquéritos a que responde. Só na Lava-Jato, quatro colaboradores da operação acusaram Renan Calheiros de receber cerca de, acreditem, noventa milhões de reais em propinas.
Mas, após toda a celeuma causada por suas discordâncias quanto ao andamento e apurações da Operação Lava Jato e suas críticas quanto ao “juizeco de primeira instância” Renan conseguiu se colocar no olho do furacão e passou a ser o alvo da vez dentro do STF.
Só um desses inquéritos foi iniciado há oito anos, tendo provas abundantes de recebimento de valores mensais da empreiteira Mendes Júnior para pagar a pensão de uma filha que teve fora do casamento. Até já ficou provado que Renan, para tentar se justificar, utilizou notas fiscais frias de falsas vendas de gado. É inacreditável que passados oito anos o STF ainda não tenha decidido se aceita a denúncia. Coisas de quem sabe se virar muito bem…
*Wilson de Oliveira é mineiro de Cataguases e divide sua vida entre Minas Gerais e Rio de Janeiro.
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