Prefeita de Mossoró registra dez cassações e atinge recorde no Estado. Antes dela, Flávio Veras, ex-prefeito de Macau, tinha sido requerido cinco vezes.
Dez vezes cassada. A façanha alcançada pela prefeita de Mossoró, 
Cláudia Regina (DEM), e seu vice, Wellington Filho, rendeu-lhes o posto 
de políticos mais cassados do Rio Grande do Norte. Antes deles, o 
recorde era de Flávio Veras, que sofreu cinco reveses na Prefeitura de 
Macau. Chama atenção, nesse caso, que ambos carreguem tantas 
condenações, mas ainda resistam, com o perdão da redundância, no Palácio
 da Resistência.
O caso fica ainda mais rumoroso quando se atenta para outros atores 
implicados no caso. As sucessivas condenações atingiram também a 
governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e o empresário Etevaldo Fagundes, 
acusados de abuso de poder econômico. À chefe do Executivo estadual 
acrescenta-se ainda imputação de excessos políticos.
Genericamente, a defesa vê com preocupação as acusações, na medida em
 que, argumenta que as condenações significam perigoso precedente. No 
caso da condenação da governadora Rosalba Ciarlini, por exemplo, 
questiona-se que ela sofreu um revés no exercício de suas atribuições 
políticas, apoiando naturalmente sua correligionária. O Ministério 
Público Eleitoral, entretanto, entendeu que houve excessos nessa 
atuação, e a Justiça acatou.
A primeira condenação de Cláudia e Wellington veio em 1º de março 
deste ano. ” Portanto, condeno Cláudia Regina Freire de Azevedo e 
Wellington Carvalho Costa Filho como beneficiários do abuso de poder 
comprovado nessa ação, na esteira do artigo 19 e parágrafo único da lei 
complementar 64/90, cominando-lhes a sanção de inelegibilidade para as 
eleições que se realizarem nos 08 (oito) anos seguintes, contados a 
partir do pleito de 2012″, lia-se ao fim da primeira sentença, subscrita
 pelo juiz Herval Sampaio.
Em 21 de junho veio a segunda cassação. A terceira chegou em 1º de 
outubro, mês a partir do qual as condenações se tornaram frequentes. 
Seis dias depois, mais uma cassação. A quinta veio em 10 de outubro, e a
 sexta foi registrada 18 dias depois. No início de novembro foi 
anunciada a sétima. No dia 7 do mês passado, a prefeita somava a oitava.
 Nona e décima vieram em combo no dia 28 de novembro.
Nesse meio tempo, a prefeita e o vice foram afastados três vezes e 
devolvidos à prefeitura por ordem do Tribunal Regional Eleitoral, que 
ainda não julgou o mérito da primeira das ações. Um pedido de vistas 
adiou o julgamento, que está previsto agora para entrar na pauta da 
próxima semana. Não há mais processos em primeira instância esperando 
julgamento. 
 A reportagem contatou o Tribunal Superior Eleitoral para 
estabelecer um comparativo nacional, mas o TSE informou que não dispõe 
de dados de cassações tabulados.
Porque Highlander: clique aqui veja reportagem da Folha 
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