Opressão contra a mulher persiste

Pelo fim de todas as formas de opressão e discriminação
Empunhar as bandeiras que unificam os explorados contra o sistema capitalista, raiz da opressão e discriminação                     P.O.R massas

 Foto: Ilustrativa
Muito se tem escrito e falado em relação à discriminação e opressão contra as mulheres. Estas são vítimas das jornadas estafantes, tanto no trabalho quanto na vida familiar. Dados indicam que aumentou o número de mulheres no mercado de trabalho, mas não se eliminaram as desigualdades entre homens e mulheres. Estas continuam executando as mesmas funções, com salários menores.  Em casa, são elas que arcam com as responsabilidades dos filhos e do lar. Tem se “naturalizado” a exposição da violência contra a mulher. Denúncias estão por todos os lados sobre os assassinatos e estupros de mulheres e meninas por seus companheiros ou familiares. Essa é a demonstração de que a burguesia e seus governantes são incapazes de pôr fim a todas as brutalidades.   
Por outro lado, diante dessa monstruosidade, têm surgido movimentos que se limitam a combater o machismo, a exigir leis mais punitivas e adoção de “políticas afirmativas”. São protagonizados pela pequena burguesia, que aproveita a situação para qualificar o problema como se fosse de gênero (homem-mulher), como se a fonte da opressão da mulher estivesse no homem e não da opressão de classe. E a partir disso criar reivindicações de natureza estritamente feministas. O feminismo pequeno-burguês tem atribuído ao “machismo” a culpa da violência que se prolifera sobre as mulheres. O dado de que 15 mulheres são assassinadas por dia no Brasil é estarrecedor. Mas não será atacando o “machismo” da sociedade de classe que haverá uma igualdade de “gêneros” e se extinguirá a violência. Essa política de tomar a opressão como um fim em si mesmo acabou gerando confusões e alimentando a falsa ideia de que é possível conter essa brutal violência a partir da educação/coerção do homem/pai em relação às mulheres. A opressão e com ela a violência são geradas pela divisão de classes. A mulher foi a primeira classe social oprimida da humanidade. Não há educação/coerção no mundo que elimine essa fonte de opressão.

Não por acaso, o dia 8 de março foi transformado em uma festa das feministas contra os abusos machistas e pela aplicação de leis, como a da Maria da Penha. A cor lilás das camisetas, bumbos, laços e bexigas enfeitam essas manifestações. A bandeira “por uma sociedade sem machismo e sem exploração!” é equivocada e despolitiza a luta dos oprimidos contra a sociedade capitalista. Porque, ao propor a luta contra o machismo sem atacar suas bases materiais, permite que estas se mantenham e com elas a opressão à mulher. A bandeira correta é de acabar com a sociedade de classe para acabar com toda forma de opressão, por meio da revolução proletária.
Como se vê, há uma deturpação na luta contra a opressão às mulheres. Isso ocorre porque não está presente a política da classe operária, com o programa de defesa da vida das massas, expresso em suas reivindicações vitais contra a brutal forma de exploração e opressão sobre a maioria. A defesa das mulheres é parte desse programa. Assim, suas reivindicações específicas, como a proteção à maternidade, se inserem no plano mais geral de defesa da vida dos explorados.  
A política burguesa toma a violência contra as mulheres como casos isolados de natureza comportamental (distúrbios mentais, emocionais). Ou procura conter os excessos com campanhas de direitos humanos, legislação e ação policial. Exemplos: a Lei Maria da Penha, Estatuto da Criança e do Adolescente, direitos civis aos homossexuais (casamento civil), etc. Nada disso elimina a violência contra a mulher, as crianças, homossexuais, negros, etc. A burguesia é incapaz de solucionar os problemas de discriminação e opressão, porque implicaria transformar a sociedade capitalista e com ela a propriedade privada dos meios de produção. Isso não quer dizer que não devemos defender e exigir leis de proteção às mulheres, negros, etc., mas com o intuito de mostrar que são ponto de partida para avançar a luta pela destruição do capitalismo e construção do socialismo.
Os grandes meios de comunicação, como porta-vozes da burguesia, utilizam os acontecimentos trágicos para exigir uma legislação mais dura aos indivíduos praticantes dos abusos e crimes, a exemplo da redução da maioridade penal. Portanto, transformam um problema social em um desvio de condutas individuais. Contra essa campanha odiosa, é nosso dever responder nas ruas levantando as reivindicações que unificam os explorados contra os exploradores e sua imprensa.
É fato: crescem a discriminação e os crimes contra as mulheres. É bom lembrar que não é fenômeno restrito às mulheres, mas atinge de conjunto a população pobre, geralmente negra. Não se trata de opressões, mas da opressão de classe. Dessa opressão surgem as mais variadas formas de discriminação e violência (espancamentos, assassinatos, diferenciações no trabalho, etc.). Portanto, o problema está na sociedade de classe, que se desintegra. E sua decomposição expõe a barbárie social. Transformar a opressão capitalista sobre a mulher em uma opressão machista significa desviar a luta para o campo individual, comportamental e cultural. Não é por acaso que todos os reformistas acreditam na possibilidade de harmonizar os homens com as mulheres por meio de campanhas de “conscientização”, “cidadania”.
Nos bairros operários, onde a pobreza e a marginalidade caminham juntas, as relações familiares se esfacelam da noite para o dia. Vêm se naturalizando crimes que há pouco tempo atrás eram inconcebíveis, como o de pais assassinarem seus filhos e vice-versa; companheiros matarem suas companheiras. Esse retrato nada mais é do que a manifestação do quanto o tecido social está apodrecendo.
Assim, companheiros (as), neste 8 de março, é preciso dar um passo na compreensão da raiz da opressão e de todas suas formas de violência. Dizemos: sua raiz se encontra no sistema de exploração do trabalho, que dividiu a sociedade em classes. Com a desintegração do sistema capitalista, todas as chagas dessa sociedade vêm à tona. Entre elas as barbaridades cometidas contra as mulheres.
Neste 8 de março, é fundamental dar um passo à frente, rechaçando os festejos feministas pequeno burgueses e erguendo as reivindicações de proteção à vida da mulher, entre elas a da maternidade, o direito às creches públicas, a defesa da saúde e educação gratuitas, direito ao aborto, salário igual para trabalho igual, etc. 
Neste 8 de março, é nossa tarefa unir os explorados, discriminados e oprimidos por meio das reivindicação de trabalho a todos (escala móvel das horas de trabalho), salário mínimo vital (que nenhum trabalhador seja homem ou mulher receba menos que R$ 4.000,00), estabilidade no emprego, direito à saúde e educação gratuitas. O ponto de partida, como se vê, está nas reivindicações que unificam os explorados contra a burguesia e seus representantes no governo, que se combinam com a estratégia de derrocada do sistema capitalista. Nenhuma divisão entre homens e mulheres oprimidos, entre brancos e negros explorados. A luta pelo fim toda sorte de discriminação e opressão é parte do programa da classe operária para pôr fim à sociedade de classe.
Neste 8 de março, lutemos contra a violência racial, sexual e nacional, que atinge as etnias indígenas que estão sendo golpeadas pelos interesses capitalistas. Responsabilizemos a burguesia e seu Estado pelo avanço da opressão.
Neste 8 de março, defendamos o programa da revolução e ditadura proletárias, única via para pôr fim ao sistema capitalista, fonte de todas as chagas dessa sociedade. Façamos das reivindicações contra a opressão social e nacional o ponto de partida para a luta por uma sociedade socialista.
Pelo fim de todas as formas de opressão e discriminação!
Unir homens e mulheres oprimidos em torno do programa proletário de fim do sistema capitalista.
Fonte: P.O.R massas (Partido do Operário Revolucionário)


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