Palavras são palavras

Vamos aqui contar uma pequena historinha.

Era uma vez um sujeito estranho que decidiu três detalhes importantes em sua vida: (Ravengar)
1 – ele não cortava nem penteava o cabelo como das outras  pessoas  
2 – criaria para si seu próprio modelo de trabalho
3 – um dia ele(a) dominaria uma terra

O homem perambulou por certo período, pensando, fazendo planos e procurando descobrir exatamente como tornaria seu o “lugar”. E então, um dia, saído do nada, ele viu ocorreu-lhe o plano perfeito. Ele viu uma mãe passeando com o filho. A tantas horas ele repreendeu o garotinho até que ele começou a chorar. Em poucos minutos ela lhe falou muito baixinho, e depois disso ele se acalmou e até sorriu. “O quê?” mas não houve resposta. Ele já se fora.

Sim, o homem\mulher decidiram que dominaria aquele “principado” só com palavras “jamais dispararia uma arma”, concebeu. ”não precisarei fazê-lo”. Mesmo assim, não, precipitou. Reconhecemos nele ao menos isso. Ele não tinha nada de burro, seu primeiro plano de “ataque” foi plantar as palavras em tantas áreas de sua terra natal quantas fosse possível. Plantou-se dia e noite, e as cultivou. Observou-as crescer, até que grandes florestas de palavras acabaram crescendo por toda a região do estado... era uma nação de pensamentos cultivados.

Enquanto as palavras cresciam, nisso o jovem “coronel” plantou ainda sementes para criar símbolos, e também estas se achavam bem perto do plano desabrochar. Era chegada a hora o homem\mulher estavam todos preparados.

De cara lisa\lavada possivelmente com sabão de coco, encarando a real situação de frente, convidou seu povo a se aproximar de seu “glorioso coração”, acenando-lhe com suas palavras melhores e mais feias, colhidas á mão em suas florestas. Atendendo o chamado, as pessoas vieram e elas eram alimentadas com palavras. O tempo desapareceu e elas passaram a saber tudo que precisavam saber. Ficaram hipnotizados. Vivendo no mundo de fantasias que só elas sabiam. E ficaram felizes.

Em pouco tempo a demanda das encantadoras palavras medonhas e da maquiadora aumentou a tal ponto que com o crescimento das florestas muitas pessoas se tornaram necessárias para cuidar delas. Algumas eram empregadas para ocupar cargos de  interesse público e jogar as palavras para as que estavam embaixo. Em seguida, as palavras eram diretamente introduzidas no restante do povo submisso a rainha, para não falar nos que voltavam para pedir mais.

As pessoa que não comungavam com suas ideias eram chamadas de sacudidoras de palavras, que são pertencente, da parte do “mal”, diziam eles.

Só que os melhores sacudidores de palavras eram os que compreendiam o verdadeiro sentido (poder) delas. Eram os que conseguiam subir mais alto. Um desses era uma menina, ela era famosa como a melhor sacudidora de palavras de sua região, porque sabia o quarto uma pessoa podia ficar impotente sem as palavras.

Por isso ela se mostrava capaz de subir, desafiar a altura de qualquer outra pessoa. Desejava as palavras. A criatura tinha fome de palavras.

Um dia porém, ela conheceu um homem que era desprezado por sua pátria, embora tivesse nascido nela. os dois tornaram-se bons amigos, e quando o homem adoeceu, a sacudidora de palavras deixou um única lágrima cair sobre o rosto dele. A lágrima era feita de amizade – uma só palavra- e secou e se tornou uma semente, e ao voltar à floreta na vez seguinte a menina plantou essa semente entre as outras árvores. Regou-a todos os dias.

Assim, o broto foi crescendo dia a dia, mais depressa do que todas as demais, até se transformar na árvore mais alta da floresta todos foram vê-la todos murmuraram sobre e esperaram... pela a toda poderosa chefe(a) da cidade.

Inflamado (ciúmes) ele deu ordens imediatas de que a árvore fosse derrubada. Foi nessa hora que a sacudidora de palavras abriu caminho pela multidão medrosa. Prostou-se sobre os joelhos e as mãos.

- por favor – exclamou o senhor não pode derrubá-la. Mas o chefão (dono) não se comoveu. Não podia dar-se ao luxo de abrir exceções enquanto a sacudidora”agitadora” de palavras era arrastada para longe, ele ordenou a um de seu súdito e ordenou a derrubada.

A árvore parecia uma rocha não se movia apesar dos golpes transferido por seus comandados. Passaram-se dias. As semanas se sucederam. Nem cento e noventa dos seus obedientes soldados conseguiram causar o menor impacto na árvore da sacudidora de palavras.

Ninguém era capaz de dizer por quanto tempo levou, mas uma tarde, entrou na cidade um novo machadeiro. Sua sacola parecia pesada demais para ele. Seus olhos se arrastavam. – a árvore – perguntou ele ao povo – onde fica a árvore?

A multidão gritou chegou um novo machadeiro para derrubara a árvore. Então o rapaz abriu a sacola e tirou uma coisa muito menor que um machado. As pessoas riram dizendo você não vai conseguir com um simples martelo velho! O camarada pegou em sua sacola pregos quatro pregos, pôs três deles na boca e tentou martelar o quarto na árvore. Nessa época, os primeiros galhos já eram extremamente altos e ele calculou que precisaria de quatro pregos. E enfiou os pregos em pontos estratégicos que só ele conseguia detectar.           

Em instantes as pessoas mal podiam acreditar no que viam, ela vai cair! gritou uma moça – a árvore vai cair! Ela tinha razão. A árvore da sacudidora de palavras, com todos os seus quilômetros e quilômetros de altura, começou lentamente a se inclinar. Soltou um gemido e foi sugada pelo chão. O poder sacudiu. E quando enfim tudo se acalmou, a árvore ficou estendida em meio ao restante ao restante da floresta. Jamais conseguiu  destruir toda ela, porém que mais não fosse, uma trilha de cor diferente foi escavada em seu meio. A sacudidora de palavras e o rapaz forasteiro derrubador de árvores como um martelo velho apenas, subiram no tronco horizontal. Abriram caminho por entre os galhos e começaram a andar. Ao olharem para trás, notaram que a maioria dos telespectadores tinha começado a voltar para seus lugares. Lá dentro. Lá fora na floresta.

Mas ao seguirem andando eles pararam várias vezes para escutar. Julgaram ouvir vozes e palavras  às suas costas, na árvore da sacudidora de palavras.           

A princípio seria apenas um sonho mais  ao acordar percebemos que a árvore pendeu, caiu mais não morreu por completo pois, sobraram as sementes.

Adaptação a realidade local por: Iram de Oliveira, Geógrafo.   

Baseado no Best-seller: a  menina que roubava livros de: Markus Zusak

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