Janduis é uma cidadezinha na
região do Oeste Potiguar, foi nesse cantinho do RN que vivi parte da minha vida em simplicidade. Ainda
menino comecei a ser ‘gente’ muito cedo
sendo que, a batalha em encarar as coisas com responsabilidade era o fator
principal para a vida da garotada naquela época, assim, nosso velho pai passava
as instruções dizia ele, “filho meu têm que, estudar, trabalhar honestamente
etc.” Enfim, era o mínimo que deveria de ser.
Então, seguida as ordens do
paizão fazia questão de estar presente sempre quando algo era de responsa. Lembrando
bem, quando meu avô Aristide Gato me levava para cortar lenha no mato, claro, o
velho não era trouxa, ele cortava as lascas, e Eu ia carregando de pouco em
pouco até a estrada velha da divisão, Vô arrumava tudo no cambito do jumentinho
roxinha e saiamos para casa a tardinha.
Nos finais de semana em outra
tarefa, na velha bicicleta gôrrick ano 72, passava pelo caminho da divisão com
um medo danado da cruz, é, pois diziam que teria no passado morrido um sujeito
que foi esfaqueado pelo irmão, olha! E a “alma” aparecia para as pessoas de vez
em quando, mais a encomenda teria que ser entregue com medo ou sem medo; uma história boba mais
hoje absolutamente bem divertida.
Com minha avó Dona Raimunda Alves no jumento roxinha
buscando o leite todos o dias no Espalha velho, não tem nada de engraçado mais
não me sai da memória o acontecimento, pois é, o ‘grande’ Nabô homem simples o capataz da
fazenda tirava o leite da vaca na hora e me dava “toma é seu” a vasilha ainda
quentinha e de um gole passava tudo para dentro do estômago e a espuma ficava
no canto da boca que eu limpava com a manga da camisa remendada por minha mãe, tempos bons de momentos
inesquecíveis eu era feliz e não sabia.
No período chuvoso quando o açude
do livramento sangrava a fila humana que se formava na BR-226 em destino avante, para ver a graça
do movimento das águas que transbordava por cima do sangrador e descia por baixo da ponte escutava o chuá da água, o espetáculo
era lindo coisa que, não há dinheiro que pague, tudo que se ouvia e passava
naquele momento era uma maravilha para felicidade de todos os presentes, na
cidade o comentário era geral.
Aos amigos de outrora, Cota,
Antônio, Zé Maria, Walter, Dedé, Damião, Assis, Mundinho, Oliveira, Guaracy
aquele abraço do amigo.
Aos familiares, Tia e Tios primos
e parentes, Joaquim, Manoel, Poroca, Detinha, Alvaní, Diá, Verimar, Giglianny, Valquiran, Keith, Vera, Lôra,
Samarone, Maxsuel etc. pedimos pela proteção Deus e vida longa.
Para finalizar, as lembranças que ficam para sempre, o período da
broca, a coivara seca pegando fogo, capinar a roça, o boi no mato, a enxada, a
quebra de milho, a apanha de feijão, o orvalho do capim de manhã cedo, o riacho
cheio d’água do sítio, o açude da divisão, o cifrão para aguar a baixa de
arroz, a cancela, o passadiço, a seca, o feijão no sol na esteira de secar na
rua, a debulha, o cigarro de palha, a parede fina do açude de Josué Vieira, a oiticica, as brigas de menino, brincadeira
de bandeirinha, o jogo de bola, o açude do “S”, os cerrotes, o cabeço, a serra, a saboaria de
Bastim, o mercado, o açougue aberto, a boate
de Lair, a casa da música, a lanchonete de Terezinha de Brás, o bar de Birica,
A pracinha, a Igreja católica, a assembleia de Deus, as Algarobas, o alto de
seu Luciano, figura com Zé Mossoró o torcedor fanático, os
canários na gaiola, o bife mal feito, o rim assado com farinha, a cachaça, o
jogo de baralho nas calçadas de casa, o agrado do vizinho na semana santa, a estrada empoeirada em pedregulhos, o
beco de cavalão, a rua da Floresta, nossa
cidade é lá tá lá...
Por: Iram de Oliveira, Geógrafo
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