Uma caçamba de lixo a apenas 100 metros do Mercado Público de Porto Alegre (RS), visível após o recuo da enchente, despertou o interesse de famílias que perderam quase tudo após as fortes chuvas que atingiram o estado gaúcho.
Cerca de 30 pessoas se ajoelharam após o lixo ser revirado no chão para vasculhar se havia algo de valor ali. E ninguém saiu de mãos vazias. Havia até mesmo crianças e idosos, conforme informações do UOL.
Entre eles estava o autônomo Wuelinton Santos, de 21 anos, que se mudou há apenas dois meses de Portão, no interior do Rio Grande do Sul, para morar com o pai no bairro Humaitá, um dos mais atingidos pelas enchentes na capital gaúcha.
Segundo o jovem, ele perdeu tudo, não tem nem mesmo os documentos, apenas a roupa do corpo. “A casa foi para o chão, na real. Agora, moro em um abrigo e não conheço nada na cidade. Não tenho nem documentos, só tenho a roupa do corpo. Mano, consegui brinco, alargador, uns bagulhos para a minha filha e até maquiagens para a mãe dela. Tem bastante coisa aqui, tá ligado? É só olhar com atenção e ter paciência para catar aqui”, disse.
Junto com Wuelinton estava Lucas Nunes, de 27 anos. Os dois se conheceram no abrigo do Grêmio Náutico União. Lucas, que morava com a mãe no bairro Sarandi, também perdeu todos os seus pertences na enchente.
“A água subiu até o segundo andar e eu perdi tudo. Até a minha camisa do Grêmio foi. A gente não esperava por isso, mas tenho fé que a gente vai conseguir recuperar de novo”, disse. “Encontrei um fone de ouvido na caixa, brinquedo para o meu sobrinho, bijuteria… Também achei uma carteira para a minha irmã, umas correntes, capa de celular. Peguei coisa que dá para aproveitar ainda”.
Apesar do ocorrido, a prefeitura de Porto Alegre diz manter mais de 12 mil pessoas abrigadas em 140 instituições na capital gaúcha, contando com parcerias e o apoio de voluntários. Além disso, a administração municipal distribuiu mais de 13 mil cestas básicas para as vítimas dos alagamentos.
DCM
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