Criança e divórcio dos pais

Resultado de imagem para familia fotosComo ajudar a criança a lidar com o divórcio

A sociedade atual reconstrói gradualmente o conceito de família, cada vez mais existem pais divorciados, e isso reflete diretamente no desenvolvimento dos filhos.
Às vezes, as crianças demonstram aos pais ou professores que precisam de ajuda para lidar com algo ou alguma (s) situação (ões) que elas não conseguem. O divórcio pode ser algo difícil para as crianças, muitas vezes elas precisam de ajuda específica para lidar com seus sentimentos.
Muitas vezes a criança não consegue exprimir aos pais o que sente, porque eles também estão com dificuldade em lidar com o divórcio, assim a criança não quer aborrecer mais os pais, na tentativa de protegê-los. Porém, se os pais conseguem tratar seus próprios sentimentos de maneira aberta e franca, incentivam a criança a ter mais facilidade em lidar com seus próprios sentimentos e confusões.
Um fator muito importante, mas que muitos pais não percebem é que o filho tem consciência dos problemas de relacionamento dos pais, muito antes da separação real, pois o filho é extremamente sensível à aflição do relacionamento.
É aconselhável que os pais poupem os filhos de motivos e detalhes da separação, isso só servirá para confundi-los. Um relato simples e direto sobre a separação basta para os filhos, mas é importante informá-los a respeito das mudanças que ocorrerão. É importante também transmitir aos filhos que o casal está se desfazendo, mas que os vínculos de pai e mãe serão preservados.
Em meio ao divórcio, medos surgem na vida das crianças, tais como:
  • O que acontecerá?
  • O que mudará?
  • A culpa é minha?
  • Onde morarei?
Como conseqüência do divórcio e de todas as dúvidas da criança, alguns comportamentos e sentimentos específicos podem ser notados pelos pais, professores, avós ou outras pessoas que convivem com a criança, como:
  • Choro;
  • Agitação;
  • Medo;
  • Atitudes regressivas;
  • Fantasia de que o divórcio dos pais é temporário;
  • Culpa;
  • Agressividade;
  • Prejuízo no rendimento escolar;
  • Ansiedade;
  • Instabilidade emocional;
  • Baixa autoestima, entre outros.
Ao divorciarem-se, alguns pais, mesmo tentando fazer o melhor possível, negligenciam a educação dos filhos, ou sentem-se culpados passando a ser mais permissivos, menos exigentes, enchendo o filho de presentes ou compete com o outro progenitor pelo amor do filho, ou ainda, usa o filho para atingir o outro progenitor. Porém isso tudo apenas prejudica o desenvolvimento da criança. Assim, no divórcio, é aconselhável aos progenitores:
  • Manterem um vínculo filial, independente de laços conjugais;
  • Manterem um bom relacionamento para que o filho não se sinta culpado pela separação;
  • Dividir as responsabilidades sobre os filhos;
  • Manterem educação coerente em relação ao filho;
  • Não compensarem o filho pelo divórcio, com presentes ou dizendo “sim” a tudo o que ele pede;
  • Apresentarem maturidade e coerência em relação ao bem estar do filho.
É importante esclarecer também que família “clássica” (pai, mãe e filho morando na mesma casa) não é sinônimo de bem-estar, e o divórcio pode ser a melhor decisão, devido às brigas e disfuncionalidades vividas por essa família.
Se seu filho apresentar tais comportamentos, ou ainda, se ele mostrar-se diferente após o divórcio, ajude-o a lidar com a situação e com os seus sentimentos consultando um Psicólogo.
*Fernanda Cândido (CRP 06/74695) é pós-graduada (Especialização) em Psicomotricidade, graduada em Psicologia, 2003. Atuação como Psicóloga, com ênfase em Psicologia Clínica (Psicoterapia) com adultos e crianças. Palestrante e professora.

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